Uma aproximação com boas condições financeiras à Orange seria uma benesse para a Bouygues. Mesmo não estando garantida, contamos com uma progressiva melhoria dos resultados do grupo. Comprar.
Apenas seis meses após o falhanço da oferta hostil da Altice (n.º 2 do setor das telecomunicações em França) sobre a Bouygues Telecom (n.º 3), estarão em curso negociações para uma entrada da Orange (n.º 1) nesta empresa. Contudo, devido às complexas questões regulamentares e políticas, nada está garantido. Mas já tínhamos apontado para a fragilidade da Bouygues Telecom, particularmente face à Free (n.º 4). A prazo, não está assegurada uma rentabilidade satisfatória da atividade de telecomunicações da Bouygues, apesar dos esforços no terceiro trimestre (os custos estão contidos e o volume de negócios da rede aumentou ligeiramente).
Se a aproximação da Orange for bem-sucedida, a Bouygues deverá ser acionista do novo grupo que incluirá provavelmente a TF1, outro ativo problemático da Bouygues. Na nossa opinião, seria preferível um afastamento completo da atividade de telecomunicações (com a perspetiva de um dividendo especial), mas a operação também tem um duplo mérito. Por um lado, pode gerar poupanças substanciais: os investimentos de telecomunicações pesam muito no orçamento da Bouygues. Por outro lado, a empresa poderia se concentrar mais nas suas atividades de construção civil.
Apesar de uma situação ainda difícil no setor imobiliário francês, as perspetivas internacionais continuam favoráveis ao grupo. No final de setembro de 2015, a carteira de encomendas, fora de França, tinha subido 23% face há um ano.
Estimamos lucros por ação, excluindo a possível fusão da atividade de telecomunicações com a Orange Telecom, de 1,20 euros e 1,55 euros, para 2015 e 2016, respetivamente. Avaliamos a ação como barata. Pode comprar.