O casamento com a Allergan não nos tranquiliza quanto à capacidade da Pfizer para tornar a pesquisa mais produtiva. A multiplicação de fusões adia, mas não resolve os problemas. Desde o nosso conselho de compra em janeiro de 2009, a cotação da Pfizer mais do duplicou.
Estamos dececionados com esta enésima fusão, a qual adia para o final de 2018 a esperança de uma divisão (entre produtos patenteados e aqueles já perderam as suas patentes) que teria permitido à Pfizer concentrar-se na pesquisa. Esta vertente continua em dificuldades apesar dos milhares de milhões injetados anualmente.
É certo que a complexa união com a Allergan, fabricante do Botox (tratamento antirrugas), com sede na Irlanda, irá impulsionar o crescimento. Contudo, as repetidas grandes fusões dos últimos 15 anos não beneficiaram os acionistas. A Pfizer destaca-se menos na pesquisa (está entre as menos produtivas do setor) do que no corte de custos. De facto, a entidade que resultará da fusão da Allergan e da Pfizer será liderada principalmente pelos atuais administradores da Pfizer, mas será irlandesa para beneficiar de impostos mais baixos.
Mantemos a previsão de lucro por ação para 2015 em 1,40 dólares, mas reduzimos de 1,80 para 1,30 dólares em 2016 (custos de integração). Passamos a recomendar a venda.