Os resultados semestrais foram fracos. O setor de media nacional continua sob pressão e, apesar dos ajustes na sua estrutura de custos, o grupo revela dificuldades de crescimento. O título está correto. Pode manter.
A Cofina teve lucros de 0,02 euros por ação no primeiro semestre, uma queda de 27,3% face a igual período de 2014 e ligeiramente abaixo do esperado.
Na base deste fraco desempenho está o forte aumento da estimativa para impostos e uma nova descida de 2,7% das receitas. Aliás, desde 2011 que o grupo acumula quedas consecutivas dos proveitos, tendo, no semestre, as receitas de circulação descido 1,3% e as publicitárias recuaram 10%. Apesar do bom controlo dos custos (-2,5%), o lucro operacional caiu 4,5%. A nível financeiro, o resultado melhorou 13,4% graças a menores juros suportados.
O setor de media é muito cíclico e a fraca conjuntura económica atual não o beneficia. Porém, apesar de continuar a ajustar bem a sua estrutura de custos, a Cofina está excessivamente dependente do segmento de jornais e revistas, que é menos dinâmico do que outros e tem perdido importância a nível publicitário para o digital. Logo, o grupo mantém dificuldades de crescimento e nem a criação da CMTV em março de 2013 conseguiu inverter a situação.
Baixámos ligeiramente as previsões de lucros por ação de 0,07 para 0,06 euros em 2015 e de 0,10 para 0,09 euros em 2016, ano em que o todo o setor poderá beneficiar da realização do europeu de futebol e dos jogos olímpicos.
Cotação à data de análise: 0,49 EUR