21 841 87 89
de segunda a sexta-feira das 9h às 18hApplied Materials
US0382221051
O grupo americano Applied Materials desenvolve equipamentos, e serviços associados, para fabricantes de semicondutores (90% do volume de negócios). É a empresa líder num mercado ainda bastante fragmentado, com uma quota de 19%, à frente da holandesa ASML e da japonesa Tokyo Electron. Os seus principais clientes são fabricantes de semicondutores como a Intel, Samsung e TSMC. Também comercializa equipamentos para fabricantes de ecrãs e paneis solares, atividades marginais para o grupo. Desde o início do ano, a cotação caiu mais de 40% devido à fusão abortada com Tokyo Electron e à desaceleração da procura. Na nossa opinião, a penalização foi excessiva tendo em conta as boas perspetivas de crescimento a longo prazo.
A Applied Materials vende uma ampla gama de equipamentos onde muitas vezes é líder. Mais de 50% das receitas são geradas pela TSMC, Intel e Samsung, mas esta concentração da clientela é menos arriscada do que parece. Na verdade, estes agem muitas vezes como intermediários, ou seja, produzem componentes de silício e chips para projetistas de semicondutores de setores tão diversos como a eletrónica, informática, automóvel, etc. Além disso, os clientes são fiéis por causa dos custos elevados em caso de mudança de fornecedor de equipamento. Neste contexto, a Applied tornou-se indispensável ao manter uma colaboração tecnológica com eles e prestando serviços de alto valor acrescentado (24% do volume de negócios). Esta colaboração está associada a uma solidez financeira significativa que lhe permite permanecer na vanguarda da tecnologia face à concorrência, conseguindo manter os preços altos e uma rentabilidade confortável.
Os resultados tendem a variar bastante dada a natureza cíclica da procura (dois bons anos são geralmente seguidos por dois anos mais fracos) e pelos custos fixos significativos. Mas não tem sido problema e a capacidade do grupo para digerir corretamente esses solavancos permitiu-lhe melhorar os resultados e a quota de mercado. Apesar do abrandamento da economia mundial, que forçou os grandes clientes como a TSMC e a Intel a reduzir substancialmente o investimento durante os últimos meses, a Applied está otimista para os próximos anos. Em julho fixou o objetivo do lucro em 2 dólares por ação no exercício de 2017/18, contra uma estimativa de 1,19 dólares para o exercício de 2014/15 que termina em outubro. Para alcançar essa meta espera um aumento do volume de negócios e da margem operacional para 24% (19,6% em 2013/14), bem como o recurso à compra de ações próprias equivalentes 0,25 dólares por ação. Estas iniciaram-se após a fusão com o número 3 do setor, a Tokyo Electron, ter sido inviabilizada pela autoridade norte-americana da concorrência. A compra de ações próprias foi uma utilização atempada do excesso de liquidez excedentária dada a situação financeira confortável e uma ação subvalorizada. O rendimento do dividendo bruto é de 2,6% à cotação atual. Mais pudentes do que administração, devido à recente deterioração das perspetivas de investimento no setor de semicondutores, esperamos lucros por ação de 1,07 dólares em 2014/15 (0,88 em 2013/14) e de 1,20 dólares em 2015/16.
O projeto de fusão com a Tokyo Electron, anunciado em setembro de 2013, era promissor e o seu fracasso foi mal recebido pelos investidores. Mas não é um desastre para o grupo e a correção da cotação, amplificada pelo agravamento das perspetivas económicas mundiais, parece-nos exagerada. Por um lado, a Applied está suficientemente preparada financeira e tecnologicamente para aguentar a turbulência e manter a quota de mercado. Por outro, espera-se uma recuperação do investimento dos fabricantes de semicondutores em 2016 com a produção dos primeiros chips em 10 nanómetros. Além disso, a indústria dos semicondutores tem um potencial de crescimento a longo prazo bem superior ao da economia em geral: importância da tecnologia no quotidiano (objetos conectados, automação, digitalização, etc.) e alto potencial de inovação. A Applied Materials está bem posicionada em tecnologias futuras, como a impressão 3D.
A ação está subvalorizada, mas dada a volatilidade dos resultados colocamos o nível de risco em 3. Esta empresa passa a fazer parte da nossa seleção. Recomendamos a compra.
Já é membro? Iniciar Sessão
Subscreva já por €16,72 e tenha acesso a todo o website. O 1º mês é gratuito!
Subscrever