O resultado líquido semestral caiu 43% face a 2014. A Teixeira Duarte está demasiado exposta a países cujo crescimento económico está em dúvida. Limite-se a manter a construtora em carteira.
O volume de negócios (VN) da Teixeira Duarte caiu quase 10% face ao primeiro semestre de 2014, ainda que seja devido a dois fatores não-recorrentes. O principal, a adoção de uma nova taxa de câmbio na Venezuela (SIMADI), mas também a alienação da participação numa empresa de comercialização de combustíveis.
Na construção (40% do VN), a atividade cresceu em Portugal, mas insuficiente para compensar o abrandamento em Angola e o impacto da Venezuela, pelo que a margem EBITDA foi de apenas 1,1%. A segunda área de negócios em VM do grupo é a distribuição, presente em Angola, mas com uma margem EBITDA também pouco interessante (7,5%). As principais fontes de lucro continuam a ser a imobiliária (sobretudo no Brasil), responsável por 55% do EBITDA, e a venda de automóveis em Angola.
Esta dependência de Angola, Brasil e Venezuela leva-nos a estar pessimistas quanto à capacidade de crescer os resultados a médio prazo, não obstante a Teixeira Duarte estar a diversificar a sua carteira com encomendas de outros países (Argélia, por exemplo) e estar atrativa por alguns indicadores.
Revimos em baixa as estimativas do lucro por ação para 0,02 euros em 2015 e 0,03 euros em 2016 (antes esperávamos 0,07 e 0,06, respetivamente).
Cotação à data de análise: 0,45 EUR