Os prejuízos semestrais da Pharol foram inferiores ao previsto mas devido a fatores não recorrentes. O título está muito dependente do desempenho futuro da brasileira Oi, que continua em dificuldades. Pode manter.
A Pharol obteve lucros inesperados no segundo trimestre mas apenas devido a ganhos contabilísticos na venda da PT Portugal pela Oi. Ainda assim, no total do semestre, a Pharol teve prejuízos de 0,02 euros por ação, penalizada também pela desvalorização do real e pela queda em bolsa da cotação da Oi.
A Pharol continua muito dependente do desempenho da Oi, que é o seu principal ativo (posição de 27,5% e opção de compra de mais de 12,2%). Apesar dos cortes de custos feitos pela operadora brasileira, o que permitiu subir a margem operacional, as receitas (-3%) e a sua quota de mercado continuam em queda e a conjuntura económica brasileira não deverá permitir uma recuperação a curto prazo.
A empresa continua interessada em integrar um eventual processo de consolidação no mercado de telecomunicações brasileiro mas, por enquanto, não há novidades.
Enquanto a Oi não melhorar significativa e consistentemente o seu desempenho, a cotação da Pharol não deverá descolar. Ainda assim, face aos resultados semestrais obtidos, melhorámos as estimativas de perdas por ação de -0,14 para -0,09 euros em 2015 e de -0,08 para -0,07 em 2016.
Dado que o título já caiu muito e na expectativa da entrada num processo de consolidação, pode manter Pharol, que está correta.
Cotação à data de análise: 0,29 EUR