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de segunda a sexta-feira das 9h às 18hBarclays Bank
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O banco publicou bons resultados relativos ao segundo trimestre de 2015, semelhantes em grandes linhas aos do primeiro trimestre do ano. O lucro operacional subiu 11,7%, face a um recuo das receitas de 2%. Boas notícias para os acionistas: o grupo colhe gradualmente os frutos das medidas de redução de custos (-3,5% no segundo trimestre e 10% no primeiro semestre).
Determinada a trabalhar no sentido de uma recuperação sustentável, a nova administração do banco parece pronta para atacar com força os custos, reduzindo de 70 para 55% das receitas, um nível muito ambicioso. De acordo com rumores, o banco poderá reduzir os efetivos em 20 a 25% até 2017, eliminando cargos administrativos. Acreditamos que a banca de investimento será a mais afetada. A venda de ativos não estratégicos poderá resultar em perdas.
O grupo vai acelerar a alienação de ativos não estratégicos. Os ativos na Europa continental e na Ásia estão na primeira linha. Ativos bancários em Portugal, Espanha e Abu Dhabi foram vendidos nos últimos 12 meses. O Barclays também está em negociações avançadas para a venda da rede italiana de banca de retalho. Os ativos a vender representavam ainda 57 mil milhões de libras (15% do total do grupo) no final de junho 2015, face a 75 mil milhões um ano antes. Em 2017, não deverão representar mais de 20 mil milhões. Os ativos não estratégicos continuam a gerar perdas trimestre após trimestre (256 milhões tanto no primeiro como no segundo).
Além dos custos, a administração também aposta no eixo de desenvolvimento do grupo nos próximos anos. Na banca de retalho, o diretor-geral é a favor de uma concentração no Reino Unido. Na banca de investimento, poderá concentrar-se mais na atividade relacionada com a negociação de ações e serviços para empresas (operações de aquisição, fusões, emissões de títulos). África poderá ver o seu peso crescer nos próximos anos.
Para 2015, estimamos lucros por ação de 15 pence e, para 2016, de 25 pence (fim das despesas não recorrentes). Relativo a esse ano, contabilizamos um custo de restruturação de cerca de 5 pence por ação.
O Barclays anunciou que pretende manter o dividendo inalterado relativo a 2015 nos 6,5 pence, um nível em linha com as nossas expectativas, mas abaixo do mercado. O congelamento da remuneração aos acionistas permitirá reforçar os fundos próprios, trazendo-os para 12% dos ativos (ponderados pelo nível de risco). No primeiro semestre, a proporção era de 11,1%, face a 10,3% no final de 2014. Este nível diminuiu os receios de um aumento de capital. A administração mostra-se, no entanto, disposta a elevar o dividendo nos próximos anos em função da melhoria dos resultados. Estimamos um dividendo mínimo de 7 pence por ação para 2016 e de 9 pence para 2017.
Dado o peso da Goldman Sachs e da JPMorgan na banca de investimento, o banco e os seus acionistas têm muito a ganhar ao ver o Barclays adotar um perfil mais compacto baseado em dois países (Reino Unido e Estados Unidos), aos quais se junta a presença em mercados com potencial de crescimento, como o sul de África. Os anúncios relativos à menor dimensão do banco poderão sustentar a cotação. Mas os investidores vão quer ver os primeiros resultados do plano de recuperação antes de voltar a comprar a ação.
Esta recuperação vai demorar ainda algum tempo. O seu sucesso depende sobretudo, de um bom desempenho dos mercados financeiros. Outro contratempo é o risco de novos litígios com as entidades reguladoras, que podem resultar em pesadas multas, degradando a rentabilidade e a solidez. Dada a dificuldade da missão, o nível de risco da ação permanece em 4 numa escala de 5.
A cotação do Barclays (253,25 p) está abaixo do nível do valor contabilístico tangível da ação (323 p.), sinal do desconto que afeta a ação. Os nossos outros critérios de avaliação também apontam para esta subvalorização. Esta última é muito significativa caso, como nós, aposte no sucesso da recuperação do banco. Pode comprar a ação, desde que aceite o risco elevado.
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