A Abengoa irá propor aos acionistas um plano de saneamento com condições vantajosas apenas para os bancos. A ação pode ser penalizada.
Insolvência afastada
A situação da Abengoa, cujo risco consideramos elevado, veio a clarificar-se em setembro com a banca a garantir o aumento de capital de 650 milhões de euros. A diluição provocada por esta operação, que já tinha sido anunciada no inicio de agosto quando a empresa valia cerca de 2500 milhões de euros, parecia estar incluída no preço da ação que perdeu dois terços do seu valor (queda de 3 para perto de 1 euro).
No entanto, as condições impostas pelos credores para apoiar o aumento de capital, como a suspensão do dividendo ou a venda da filial americana, representam uma mudança estratégica do crescimento para o pagamento da dívida, o que voltou a penalizar a ação. Além disso, a garantia da banca refere-se ao montante em euros mas não ao tamanho da participação na empresa, dado que o preço da emissão das novas ações ainda não é conhecido.
O nosso conselho
Dado o contexto do mercado e as duras condições impostas pelos bancos, receamos que o preço de venda das novas ações seja muito menor do que a cotação atual. Por agora, dada a impossibilidade legal de emitir novas ações abaixo do valor nominal, a administração submeterá a votação na próxima Assembleia Geral de 10 de outubro a redução do valor nominal das ações. Os próximos dias serão muito voláteis para a cotação da Abengoa e as quedas podem ser elevadas.
Embora a nossa avaliação da Abengoa a longo prazo esteja correta, não podemos esquecer o risco muito elevado (nível máximo de 5 na nossa escala). Caso detenha a ação e aceite o risco, pode manter.
Cotação à data de análise: 1,34 EUR