Confrontada com a recusa da Mylan, a Teva desistiu e virou-se para os genéricos da Allergan. Apesar da forte subida da cotação, o potencial da ação ainda não está esgotado. Pode manter.
A Teva irá comprar a Allergan por 40,5 mil milhões de dólares, dos quais 33,750 mil milhões em dinheiro e o restante em ações da Teva. Esta operação de compra amigável deverá ser concluída no primeiro trimestre de 2016, e apesar da dimensão, deve ser absorvida no primeiro ano (excluindo elementos não recorrentes) graças às sinergias e poupanças fiscais.
Deste modo, a empresa consolida a sua posição como líder mundial nos genéricos e fica mais bem preparada para lutar contra o aumento da concorrência (nomeadamente dos países emergentes) e para negociar com as seguradoras a operar no ramo da saúde, também em consolidação nos Estados Unidos (a Anthem comprou a Cigna e a Aetna adquiriu a Humana).
Além disso, a Teva diminui a importância do Copaxone (esclerose múltipla), que representa metade dos seus lucros e cuja patente está prestes a expirar. Ao mesmo tempo, a Teva retirou a oferta sobre a americana Mylan, a qual tinha rejeitado a sua proposta em abril.
Por seu turno, os resultados do segundo trimestre superaram as expectativas, tendo os lucros por ação subido 15% (excluindo itens não recorrentes), o que levou a Teva a subir as previsões para 2015.
Pela nossa parte, também revemos em alta os lucros por ação (sem elementos não recorrentes). Para 2015, prevemos agora 5,25 dólares (5,15 anteriormente) e, para 2016, 5,80 dólares (antes 5,05). Pode manter esta ação.