Solvay prossegue a sua transformação, com a oferta de compra da americana Cytec. A operação é dispendiosa, mas melhora as perspetivas do grupo. A operação será parcialmente financiada por um aumento de capital. Dado o recuo do preço das ações desde o pico em abril, pode manter.
A Solvay vai comprar a americana Cytec, especialista em materiais compósitos para a indústria aeronáutica e setor automóvel. O grupo também produz formulações para a extração mineral. Desta forma, a Solvay reforça-se em polímeros especiais e tensioativos, duas áreas de crescimento privilegiadas. A Cytec está muito presente sobretudo na indústria aeronáutica, setor com boa visibilidade há vários anos e um crescimento de 10% ao ano.
A aquisição melhora as perspetivas de crescimento da Solvay, bem como de rentabilidade, que é ligeiramente melhor no caso da Cyrtec. A operação é, contudo, duas vezes mais cara (14,7 vezes o EBITDA) que a compra da Rhodia (7 vezes o EBITDA). As sinergias esperadas não alteram o cenário. A Solvay irá pagar parte do montante (5,6 mil milhões de euros, incluindo a dívida) através de um aumento de capital de 1,5 mil milhões de euros, a fim de prosseguir a sua política de dividendos e considerar outras aquisições.
À margem do anúncio desta aquisição, a Solvay publicou resultados dececionantes para o segundo trimestre, por causa de depreciações e despesas fiscais acima das nossas expectativas. Reduzimos a previsão de lucros por ação de 8,4 para 7,2 euros em 2015 e de 9,85 para 7,7 euros em 2016 (compra da Cytec).
Cotação à data de análise: 121,75 EUR