A Heineken saiu-se melhor do que o esperado no primeiro semestre, contrariando a tendência deflacionária na Europa. Mas, com uma progressão de 30% desde o início do ano, a ação continua cara. Venda.
No primeiro semestre de 2015, o desempenho da Heineken ficou acima das nossas expectativas. Com base num aumento comparável do volume de negócios (VN) de 1,9%, o lucro por ação cresceu 20,9%. Subimos ligeiramente as previsões de lucros por ação para 2015 e 2016 para, respetivamente, 3,1 e 3,3 euros (2,95 e 3,15 euros antes).
Ainda que os menores custos financeiros e impostos e as taxas de câmbio favoráveis (euro fraco) tenham dado um impulso significativo ao crescimento dos lucros, a estratégia da Heineken também contribuiu para os resultados. O grupo conseguiu combinar a redução de custos nos últimos anos e o desenvolvimento de produtos inovadores (por exemplo, as cervejas cítricas Radler). Estas últimas, representando 8,6% do VN semestral, registaram vendas mais dinâmicas do que o esperado. Isto permitiu ao volume de cervejas premium vendidas crescer uns satisfatórios 4,7%.
Assim, apesar de um contexto deflacionário na Europa ocidental, a Heineken conseguiu registar um melhor desempenho do que a concorrente AB InBev e foi capaz de manter a margem operacional global nos 13,3% no semestre. No entanto, recomendamos prudência em relação ao futuro. Na verdade, apesar de um bom desempenho de todos os países emergentes no primeiro semestre, especialmente na Ásia-Pacífico (VN em progressão comparável de 7,4%), existem zonas mais frágeis, como a Rússia, Nigéria e Indonésia.
Cotação à data de análise: 76,23 EUR