A Unilever não consegue dar garantias quanto ao potencial de crescimento. Os mercados emergentes não se revelam como solução milagrosa para a estagnação nos países desenvolvidos. A ação está cara. Venda.
Sem surpresa, no segundo trimestre, a Unilever manteve o ritmo de crescimento orgânico do volume de negócios do primeiro trimestre, ou seja, 2,9%. Nos países emergentes, onde o grupo tem concentrado os investimentos nos últimos anos, as vendas aceleraram apenas ligeiramente (+6,5%). É muito pouco dado que a evolução nos países desenvolvidos continua fraca (-1,8%) por causa das tendências deflacionistas.
Excluindo elementos não recorrentes, o lucro por ação subiu 12,8%, mas deve-se essencialmente a efeitos cambiais favoráveis (8%) e à compra de ações próprias (2%). Portanto, o resultado não se trata de uma vitória para o grupo, apesar de este ter reforçado a sua atividade mais dinâmica, de cuidados pessoais (número 2 mundial atrás da L'Oreal), mas a qual tem custos de marketing significativos.
Continuamos céticos sobre a capacidade do grupo para crescer de forma sustentada (mantendo a rentabilidade). A atividade teria de progredir, pelo menos, 5% ao ano para que a ação ficasse atrativa à cotação atual.
Não alteramos as previsões de lucro por ação para 2015 e 2016, 1,6 euros e 1,7 euros, respetivamente. A ação está cara: venda.
Cotação à data de análise: 40,05 EUR