Durante a última reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o secretário-geral disse que o barril de petróleo não vai voltar a ultrapassar os 100 dólares (num horizonte de tempo previsível, face a 60 dólares em Nova Iorque). Trata-se de um nível de preços que não surpreende, dado o excedente de ouro negro no mundo. Pela nossa parte, estimamos um nível de 80 dólares por barril em 2018.
Um preço baixo durante um período prolongado (cerca de 55 dólares) é insuficiente para que uma parte da extração (areias do Canadá, águas profundas) permaneça rentável. A este nível de preços, uma parte da produção terá de ser retirada do mercado. O impacto da queda dos preços já se fez sentir com cerca de 200 mil milhões de dólares de investimentos a serem cancelados ou suspensos nos últimos meses.
Refinação
O setor vai continuar, no curto prazo, a ser ajudado pela atividade de refinação, onde as margens são mais elevadas, graças ao baixo preço do petróleo (matéria-prima) e elevada procura. É positivo para a Total, BP, Repsol e Chevron. Mas esta atividade é, no entanto, insuficiente para impulsionar os lucros e o preço das ações a curto prazo. A longo prazo, a refinação na Europa permanecerá em concorrência com a produção dos países emergentes (Índia e Arábia Saudita).
Controlo dos custos
Para compensar a queda do petróleo e defender a liquidez (cash-flow para investir e remunerar acionistas, as empresas deverão reforçar os programas de redução de custos (BP, Total).
Conselhos
A queda do preço do barril continua a exercer pressão sobre as ações petrolíferas (-1% desde janeiro de 2015; +5,8% em euros). A seletividade na escolha das ações é essencial para evitar assumir riscos excessivos, embora esperemos que a volatilidade continue nos próximos meses. Preferimos as grandes empresas, financeiramente mais sólidas e com carteiras mais diversificadas. Têm maior capacidade para defender os dividendos (rendimento bruto a rondar 5%) e continuar a investir.
Pode comprar a Chevron, Galp Energia e Repsol. Numa estratégia de diversificação com um risco superior, pode comprar a BP, Encana e ION. Mantenha a Exxon, Total, ENI e Royal Dutch em carteira.