Devido à diversificação excessiva, ainda é difícil para a Philips apresentar resultados perfeitos. A cisão em 2016 da atividade de iluminação não vai resolver esta questão. A ação está cara. Venda.
No segundo trimestre, o lucro por ação da Philips subiu 11,1%, com base num volume de negócios (VN) em progressão de 20,2%, um desempenho acima do esperado. Revimos ligeiramente em as previsões de lucros por ação para 2015 e 2016 para respetivamente 0,9 e 1 euro (0,8 e 0,9 antes).
No entanto, não há motivos para demasiado otimismo. Desde logo, a Philips habituou-nos a trimestres muito irregulares. Além disso, excluindo os efeitos cambiais positivos (14,4%) e as aquisições ou desinvestimentos (2,6%), o crescimento orgânico do VN foi de apenas 3,2%.
Apesar de a atividade de saúde (quase 2/3 do lucro operacional do grupo neste trimestre) ter crescido 8% (face apenas 1% no trimestre anterior), beneficia de uma comparação favorável, dados os problemas de produção registados no início de 2014 na fábrica de Cleveland (onde a situação está quase normalizada). Quanto à rentabilidade operacional desta atividade (8%), é menor do que há um ano (8,7%), penalizada pela força do dólar (custos em USD).
Assim, a rentabilidade operacional do grupo ficou quase estável (5,8% face a 5,9% no ano passado), o que no global é fraco, apesar da melhoria significativa nas atividades de estilo de vida e iluminação. Outro receiro é que a liquidez, ao contrário dos lucros, recuou mais de metade em comparação há um ano, o que denota problemas de competitividade.
Finalmente, a nível geográfico, enquanto a América do Norte registou uma melhoria acentuada, a administração está preocupada quanto ao dinamismo dos países emergentes (especialmente a China, segundo mercado do grupo) no segundo semestre, dado que os resultados foram menos robustos já no segundo trimestre de2015 (+3%) do que no segundo trimestre de 2014 (+4%).
Cotação à data de análise: 24,48 EUR