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Farmacêuticas: avanços em oncologia
Há 7 anos - 15 de junho de 2015Há bastante tempo que a medicina se tem focado na destruição de células cancerígenas através da quimioterapia. O problema é que as células saudáveis também são afetadas. Têm sido feitos avanços nas dosagens e combinações de medicamentos. Mas, para combater o cancro com maior eficácia, são exploradas novas abordagens terapêuticas, tais como anticorpos monoclonais, que visam bloquear o desenvolvimento das células cancerígenas. O mais recente avanço promissor, a imunoterapia, estimula o sistema imunitário para eliminar ele próprio as células cancerígenas.
Uma área popular entre os laboratórios
A Organização Mundial de Saúde prevê um aumento de 45% no número de mortes por cancro entre 2007 e 2030. Dadas a necessidade de tratamentos inovadores e a boa rentabilidade dos mesmos (preços altos e custos de comercialização reduzidos, porque o alvo são os médicos especialistas, em menor número), os laboratórios investem muito na investigação. Podemos classificar os laboratórios nas seguintes três categorias.
Líderes
Roche: líder mundial em oncologia, posição reforçada pela aquisição da Genentech em 2009. Presente nos diagnósticos, a Roche desenvolve testes para orientar os pacientes mais sensíveis ao tratamento (medicina personalizada) e está bem posicionada na imunoterapia.
Novartis: também tem um bom portfólio de produtos em oncologia, que o laboratório alargou com a recente aquisição dos anticancerígenos da GlaxoSmithKline. Embora esteja em retirada na imunoterapia, a Novartis fortalece-se por meio de parcerias.
Bristol-Myers-Squibb (BMS): é líder na imunoterapia. Em dezembro de 2014, lançou o Opdivo que em março recebeu luz verde dos EUA para o cancro do pulmão (potencial de vendas elevado).
‘Outsiders’
Merck: ainda pouco presente em oncologia, mas tem produtos promissores em imunoterapia. Lançou em setembro de 2014 o Keytruda contra o melanoma (antes do Opdivo) e aguarda aprovação para o cancro do pulmão. Tem também o Lambrolizumab, que recebeu o estatuto de "medicamento inovador" nos EUA, o que deve acelerar a aprovação.
AstraZeneca: reforçou a carteira em oncologia com o know-how da MedImmune (adquirida em 2007) em medicamentos biológicos e aposta nos produtos de imunoterapia, concorrentes dos da BMS, Roche e Merck.
Pfizer: pouco presente em oncologia, obteve em fevereiro a aprovação do Ibrance (cancro da mama), um produto com potencial. Tem uma parceria com a biotecnológica francesa Cellectis e o laboratório alemão Merck KGaA de desenvolver anticancerígenas na imunoterapia, mas as fases de investigação estão pouco avançadas.
Eli Lilly: beneficia das vendas do popular anticancerígeno Alimta. Mas irá perder a patente em 2017. O grupo também tenta reduzir o atraso na imunoterapia através de uma aliança com a BioNTech.
Afastados da corrida
GlaxoSmithKline: o atraso é muito grande para se manter competitivo nos anticancerígenos, pelo que os vendeu à Novartis para reforçar-se nas vacinas e nos medicamentos de venda livre. No entanto, fez uma aliança em imunoterapia com a biotecnológica Adaptimmune.
Sanofi: líder em quimioterapia nos anos 1980/1990 (Rhône-Poulenc), também perdeu terreno neste domínio. A sua carteira de produtos não é rica e ainda está num estágio pouco avançado. Deverá investir pesadamente (se não for tarde demais) ou retirar-se desta área.
Conselhos
Apesar de as perspetivas positivas com o envelhecimento da população e do forte crescimento esperado de doenças como o cancro, diabetes ou doenças neurodegenerativas, o setor farmacêutico acumulou uma forte valorização nos últimos anos. Nenhuma das ações aqui referidas merece conselho de compra. Se já detém as ações, exceto no caso da AstraZeneca e da BMS, pode mantê-las.
Para investir através de fundos, se quer beneficiar com a evolução do setor farmacêutico, recomendamos a compra do fundo NN Health Care X USD, comercializado pelo Banco Big. Mas, dado que se trata de um fundo de ações setoriais não lhe dedique mais do que 5% da sua carteira.
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