Os resultados do trimestre foram melhores do que o esperado, impulsionados pelo aumento dos preços de venda do papel. Reforçamos as estimativas e a ação passou a estar barata. Pode comprar.
O modelo de produção integrado da Portucel (produz a pasta que utiliza na produção de papel, em alternativa a produzir apenas o papel, adquirindo a pasta), que parecia estar ameaçado pelo aumento da produção de pasta na América do Sul, está agora a revelar-se uma mais-valia.
De facto, o ritmo da entrada no mercado da produção sul-americana está a ser mais lento do que era temido, e a baixa do euro, bem como a forte procura chinesa, estão a impulsionar os preços da pasta. Aliás, essa subida da pasta colocou o diferencial entre os preços da pasta e do papel num patamar que constitui mínimo histórico. O que está a colocar pressão sobre os produtores não-integrados e a levar ao aumento dos preços, uma tendência que deve continuar no curto prazo, impulsionando as vendas da Portucel apesar da fraca procura na Europa.
Devido a aumentos de custos (sobretudo aquisição de madeira em dólares), a margem EBITDA ficou aquém do esperado, mas deve ser uma situação transitória. A longo prazo, os investimentos no papel tissue, sobretudo, permitem manter o crescimento das receitas. Revemos em alta ligeira as estimativas de lucro por ação: esperamos agora 0,29 euros em 2015 (antes, 0,27) e 0,30 euros em 2016 (antes, 0,29). A estes níveis a ação está barata, pode comprar.
Cotação à data de análise: 4,37 EUR