Mesmo com a descida do preço do petróleo, os lucros do primeiro trimestre foram bons e as perspetivas são positivas, apesar do clima de maior incerteza no Brasil. A ação continua barata. Pode comprar.
A Galp registou um ligeiro prejuízo de 0,01 euros por ação no primeiro trimestre deste ano, abaixo do lucro de 0,02 euros obtido em igual período de 2014. Mas este valor é um pouco enganador, já que excluindo o efeito contabilístico negativo (devido à queda do preço do ouro negro) da valorização dos stocks e efeitos não recorrentes (imparidades de ativos), o lucro foi de 0,15 euros por ação, uma subida de 157%.
Com efeito, apesar da queda do preço do petróleo, a Galp beneficiou do aumento de 57% da produção de petróleo e gás, do aumento das vendas de produtos petrolíferos e gás e sobretudo da subida das margens de refinação. Assim, apesar do volume de negócios ter caído 5%, o lucro operacional recorrente subiu 92%. A nível financeiro, os resultados foram penalizados por diferenças cambiais negativas mas a dívida líquida recuou 6,6% no trimestre.
Os problemas da Petrobras, principal parceira da Galp no Brasil, e a queda do preço do ouro negro originaram atrasos na execução de alguns projetos, levando a uma queda do investimento previsto para os próximos anos. Porém, o crescimento futuro do grupo na Exploração & Produção continuará elevado.
Mantemos as previsões de lucros por ação de 0,28 euros em 2015 e 0,44 em 2016 (excluindo o efeito muito volátil da valorização dos stocks).
Cotação à data de análise: 12,19 EUR