O primeiro trimestre marcou o regresso aos lucros do BCP, após quatro anos no vermelho. Revemos ligeiramente em alta a estimativa de lucros, mas a ação permanece correta. Pode manter.
Nos primeiros três meses do ano, o BCP alcançou lucros por ação de 0,001 euros. Este valor representa a saída do vermelho após quatro anos de prejuízos e uma melhoria significativa face à perda de 0,001 euros registada no período homólogo.
Pela positiva, na base da atividade bancária, destacamos a progressão de 38,9% da margem financeira, sobretudo graças à redução continuada do custo dos depósitos e à importante diminuição dos elevados encargos com juros a pagar relativos à dívida concedida pelo Estado em 2012 no plano de recapitalização do banco, o que foi conseguido devido ao reembolso de 2250 milhões de euros (ME) em 2014, tendo o BCP pago 400 ME em abril e mais 1850 ME em agosto, faltando ainda pagar os restantes 750 ME.
Por sua vez, os resultados de operações financeiras aumentaram 78,8%, beneficiando de ganhos obtidos na venda de dívida pública portuguesa detida pelo banco. Assim, a atividade medida pelo produto bancário, cresceu 35,7%. Do lado dos custos operativos, os encargos com pessoal baixaram 4,3%, graças à redução continuada do quadro de colaboradores em Portugal que foi reduzido em 828 funcionários face ao final do período homólogo e pela redução salarial em Portugal.
Em breve o BCP irá efetuar um aumento de capital por troca de títulos de dívida subordinada e ações preferenciais por novas ações do banco a emitir até um número máximo de 5,35 milhões de novos títulos. Esse valor equivale a uma diluição da posição dos acionistas atuais de até 9%, no caso de todos os detentores de títulos de dívida subordinada e ações preferenciais aceitarem a troca. Com este aumento, o BCP reforça o rácio de solvabilidade comum equity tier 1 para mais de 10% em base fully implemented, colocando-o em linha com os valores de referência da banca europeia e antecipando o seu objetivo definido para o final de 2015.
Para este ano, revemos ligeiramente em alta a estimativa de lucros de 0,006 para 0,007 euros por ação que em 2016 deverão atingir os 0,009 euros. Aos níveis atuais, a ação está correta.
Cotação à data de análise: 0,09 EUR