O potencial da ação é elevado, mas muito condicionado à recuperação da procura global de aço, o que não se vislumbra a médio prazo. Entretanto, a queda do preço do aço pode ainda penalizar mais a empresa. Não compre, mas pode manter.
Nas últimas semanas, a cotação beneficiou da abertura de um inquérito antidumping pela Comissão Europeia às importações de aços ditos elétricos (produzidos a partir de fornos elétricos) da China e da Rússia. Uma medida que irá beneficiar a ArcelorMittal pois produz a maior parte do aço em alto-fornos.
No entanto, a notícia não deve fazer esquecer os problemas da empresa e que foram subestimados. Nós antecipámos a continuação da queda dos preços e, com efeito, no primeiro trimestre, os preços do minério de ferro e do aço diminuíram 16% e 9,2%, respetivamente. Esta evolução resultou num recuo de 13% do volume de negócios em termos homólogos.
Infelizmente, subestimámos o impacto nos resultados da empresa, que devem permanecer no vermelho em 2015, quando, até agora, esperámos um lucro de 0,43 euros por ação. Embora o grupo tenha reduzido os custos de produção em 13% no minério de ferro (e pretenda atingir os 15%), a atividade de mineração mantém-se deficitária e assim deve permanecer por alguns anos.
Os preços do aço devem continuar cair considerando a persistente manutenção de excesso de capacidade produtiva do setor. Assim e apesar dos esforços significativos de redução de custos, a queda do preço do aço deve limitar a recuperação nos lucros nos próximos anos.
Esperamos um prejuízo de 0,15 euros por ação, este ano, e um regresso aos lucros em 2016 (0,24 euros por ação). Deixamos de recomendar a compra. Mantenha.