A Nokia assinou um acordo para comprar a Alcatel-Lucent. Consideramos a oferta demasiado cara e a integração será difícil. A estes níveis, ação está cara e é muito arriscada. Venda.
Menos de dois anos após a venda dos telemóveis à Microsoft, a Nokia aposta em duplicar os volumes vendidos, com a compra da francesa Alcatel-Lucent. Caso a operação seja bem-sucedida (finalização esperada no primeiro semestre de 2016) fará da Nokia novo líder mundial, a par da Ericsson, nos equipamentos para redes de telecomunicações, à frente da chinesa Huawei.
A transação será feita em ações, valorizando a Alcatel em 15,6 mil milhões de euros, ou seja um prémio de 34%. A nosso ver, é muito caro, dado que a Alcatel-Lucent enfrenta uma recuperação difícil (margem operacional de 4,7% em 2014 face a 12,8% da Nokia).
As nossas dúvidas sobre a validade da operação são reforçados pela vontade do diretor-geral do grupo francês vender o grupo na totalidade, enquanto a Nokia estava apenas interessada em equipamentos para redes sem fios (menos de 40% da atividade). Além disso, a integração será difícil, dada a dimensão do alvo, as experiências desastrosas de dois grupos (joint venture Nokia-Siemens e a fusão entre a Alcatel e a Lucent) e as diferentes culturas. Neste contexto, o objetivo de sinergias de 900 milhões euros para 2019 não nos parece atingível.
Excluindo a aquisição, estimamos lucros por ação de 0,3 euros em 2015 e 0,33 em 2016.
Cotação à data da análise: 7,10 EUR