O grupo anunciou um plano estratégico de investimento e o lucro operacional não voltará a subir antes de 2018. É uma perspetiva dececionante. Venda.
O plano estratégico Essentiels 2020 constitui um forte aumento dos investimentos. A Orange irá dedicar entre 2015 e 2018 15 mil milhões de euros para melhorar a qualidade das redes fixas e móveis (fibra ótica, 4G e 5G). O grupo pretende implementar esta estratégia com prioridade em França (55% dos lucros) onde, após o impacto causado pela chegada do operador Free Mobile no início de 2012, surgiu recentemente um novo peso pesado do cabo e da fibra ótica, a Numéricable-SFR.
O objetivo da Orange é distinguir-se da concorrência focada numa política de preços baixos, com base na qualidade dos seus serviços (alargamento da cobertura de rede e triplicação das velocidades de Internet fixa e móvel). É uma estratégia pertinente, a nosso ver, como líder de mercado que deverá permitir-lhe fidelizar os clientes e aumentar a receita gerada por assinante (um assinante de fibra ótica gasta mais 15% do que um assinante ADSL).
Mas a implementação vai penalizar os resultados. O grupo não prevê uma subida do volume de negócios antes de 2017 e deverá regressar ao resultado operacional de 2014 apenas em 2018. Isto apesar da redução de custos adicional de 3 mil milhões de euros.
O grupo prevê manter o dividendo nos 0,6 euros até 2018. Estimamos lucros por ação de 0,85 euros em 2015 e de 0,90 euros em 2016.
Cotação à data da análise: 14,78 EUR