- Investimentos
- Ações
- Nasdaq atinge 5000 pontos
Nasdaq atinge 5000 pontos
Há 7 anos - 9 de março de 20153 razões para a subida
Em primeiro lugar, num contexto de baixas taxas de juro, os investidores voltam-se para ações, sobretudo americanas, na procura de maiores rendimentos. A recuperação da economia dos Estados Unidos após a crise de 2008/2009 e a rápida reconstituição das margens das empresas atraíram os investidores. Nesta conjuntura, o Nasdaq e outras bolsas americanas voltaram a máximos históricos.
Em segundo lugar, a alta rentabilidade permite que as empresas americanas sejam generosas para com os acionistas. Em 2014, o dividendo total aumentou 17%, para 355 mil milhões de dólares (MMD) contra 200 MMD em 2009. Quanto à compra de ações próprias, o montante atingiu 500 MMD contra 145 MMD em 2009. Após a recente subida das bolsas, o nível de valorizações poderá limitar a compra de ações próprias, mas permite financiar investimentos e aquisições futuros.
Por fim, alguns pesos pesados em ascensão meteórica influenciaram o índice Nasdaq, como a Apple (+110% em 24 meses, 10% do índice) ou o setor biotecnológico (+121%, 16% do índice).
Nasdaq Composite Index
Cerca de 15 anos depois da bolha tecnológica, o Nasdaq volta aos 5000 pontos.
E agora?
Atualmente, o rácio cotação/lucro, um dos nossos critérios de avaliação, é de 20 para o Nasdaq contra 60 em março de 2000, durante a bolha tecnológica. Assim, à luz deste critério, o mercado de ações apresenta uma avaliação razoável. Além disso, as empresas cotadas estão agora mais sólidas, são mais rentáveis e geram um melhor fluxo de caixa.
Por último, o índice está mais diversificado do que em 2000 (ver quadro). Enquanto o setor tecnológico representava 65% do Nasdaq em 2000, atualmente pesa apenas 43%. Apesar da situação mais tranquila, os casos de sobrevalorização podem aparecer pontualmente, como no mercado da impressão 3D no início de 2014. Pela nossa parte, o próprio operador de bolsa Nasdaq OMX não justifica a compra, mas há 5 empresas cotadas no Nasdaq que constituem um bom investimento a longo prazo.
Setor | Peso em 2000 | Peso em 2015 |
Tecnológico | 64,9% | 43,3% |
Serviços | 7,7% | 20,8% |
Biotecnologia/Saúde | 6,8% | 16,1% |
Financeiro | 3,3% | 7,0% |
Indústria | 3,7% | 5,5% |
Bens de consumo | 1,3% | 4,7% |
Petrolífero | 0,3% | 0,9% |
Telecomunicações | 11,8% | 0,8% |
Matérias-primas | 0,2% | 0,8% |
Serviços públicos | 0,1% | 0,1% |
5 ações de compra
– CA Technologies (software): acompanha o desenvolvimento informático para empresas (cloud computing, tablets) que necessita de uma crescente segurança. Também beneficia do plano de redução de custos. Os resultados são menos sensíveis à conjuntura económica.
– Intel (semicondutores): continua a ser essencial no mercado dos semicondutores, que beneficia da explosão do tráfego de dados digitais. Grande solidez financeira e capacidade de gerar liquidez.
– Kraft Foods (alimentação): tem capacidade de obter bons resultados na sua vasta carteira de marcas. Em causa está a elevada rentabilidade e grandes fluxos de caixa. A liquidez é redistribuída pelos acionistas como dividendo (rendimento bruto de 3,5%) e compra de ações próprias. O título ainda está longe de esgotar o seu potencial. Ação pouco arriscada.
– Schnitzer Steel (aço): é o líder americano das exportações de aço reciclado e está bem posicionada para aproveitar as necessidades de desenvolvimento de infraestruturas dos países emergentes. No curto prazo, a atividade de produção de aço irá beneficiar do dinamismo do mercado da construção na costa oeste dos Estados Unidos e do programa de redução de custos. A queda do preço do aço reciclado penaliza a cotação. Aproveite a oportunidade para comprar.
– Texas Instruments (semicondutores): beneficia da concentração nos chips com maior valor acrescentado (telemóveis). A empresa está financeiramente sólida e o dividendo deverá crescer nos próximos anos.
Nasdaq OMX: manter
Os resultados do operador Nasdaq ainda dependem de volumes negociados nas suas plataformas. No contexto atual, estão bem orientados, o que explica os recentes bons resultados. As perspetivas continuam boas, mas dada a progressão dos últimos meses, limite-se a manter.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.