Apesar de ter tido bons resultados em 2014, a alteração da política de dividendos penalizou um pouco o título. Porém, as perspetivas são positivas e a ação está correta. Pode manter.
Após ter atingido máximos históricos, a cotação dos CTT caiu um pouco, afetada pela mudança na política de distribuição de dividendos, que passa a ter como objetivo um crescimento estável e sustentado do dividendo, ao invés de um payout mínimo de 90%. Contudo, isso não significa que o dividendo vá baixar e o grupo até propõe distribuir um dividendo líquido de 0,335 euros por ação referente a 2014, mais 16% face a 2013 e 7% acima do previsto.
A nível de resultados, os lucros foram de 0,51 euros por ação em 2014, uma subida de 26,5% face a 2013. Este valor superou as estimativas devido a fatores não recorrentes, sobretudo a redução de responsabilidades futuras com benefícios a empregados. Apesar do declínio estrutural do correio tradicional, o volume de negócios subiu 2%, o que sucede pela primeira vez nos últimos 6 anos, graças ao crescimento dos serviços financeiros (+23%), à desaceleração da queda do tráfego de correio e à subida dos seus preços. Por sua vez, o lucro operacional recorrente aumentou 16%, graças a um bom controlo dos custos.
Os serviços financeiros são a aposta de crescimento dos CTT, que vão lançar o Banco Postal no final do ano e estudam a eventual aquisição do Activobank. Apesar de investir 100 milhões de euros nos próximos 5 anos no Banco Postal, os CTT gozam de uma estrutura financeira muito sólida, o que lhes permite ter uma política de dividendos atrativa, apesar das alterações anunciadas. Mantemos as estimativas de lucros por ação de 0,52 euros em 2015 e 0,56 em 2016.
Cotação à data da análise: 9,52 EUR