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- Obrigações do Tesouro
- Estado adia nova OTRV

António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
Estado adia nova OTRV
Há 2 anos - 21 de outubro de 2019
António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
Desde novembro de 2018, praticamente há um ano, que temos assistido a um aumento dos montantes aplicados nos produtos de dívida pública, nomeadamente Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro Poupança Crescimento. Não que estes produtos tenham melhorado o seu rendimento. Aliás, tudo está na mesma e, no caso dos Certificados de Aforro a taxa até tem diminuído, pois depende da Euribor a três meses.
O que tem mudado, e para pior, é o contexto dos produtos de poupança, nomeadamente dos que apresentam capital garantido: as taxas dos depósitos a prazo estão mesmo muito baixas e com tendência a descer. Por exemplo, a taxa líquida média de um depósito a 12 meses é apenas de 0,1%. A taxa base dos Certificados de Aforro é apenas de 0,4% líquida e os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento rendem 0,5% líquidos no primeiro ano. Não são rendimentos extraordinários, mas conseguem superar a maioria dos depósitos oferecidos nos bancos.
Obrigações do Tesouro: a evitar
E as Obrigações do Tesouro? Efetivamente o cenário é bastante diferente. Para os particulares, é um produto a evitar. As suas cotações subiram tanto nos últimos meses que, se agora adquirir em bolsa um destes títulos, dificilmente recupera a totalidade do dinheiro que pagou. A soma do que vai receber em juros e o reembolso ao valor nominal não será suficiente. Por isso, não recomendamos a compra de Obrigações do Tesouro.
Nas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), mais direcionadas aos particulares, a situação é semelhante. Ao longo das várias emissões, o spread que acrescia à Euribor foi descendo, de tal forma que as últimas emissões eram já pouco interessantes e não as recomendámos.
Estava prevista uma nova emissão de OTRV para este ano, mas segundo declarações à imprensa de Cristina Casalinho, presidente do IGCP, foram avaliadas as condições de mercado e considerado que este não é o momento mais interessante para ser lançada uma nova emissão. O que, de certa forma, vem ao encontro dos nossos conselhos em relação às últimas emissões: sem interesse.
Mas, no atual cenário desolador da poupança são necessários incentivos e produtos mais atrativos.
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