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- Caixa poupa milhões com corte nos juros dos depósitos

António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
Caixa poupa milhões com corte nos juros dos depósitos
Há 3 anos - 1 de julho de 2019
António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
É só até 1 euro, dirão alguns. Para conseguir esse euro necessita de 6667 euros aplicados durante um ano nas contas poupança e depósitos da Caixa Geral de Depósitos. Muitos portugueses terão menos do que esse montante. Portanto não estamos a falar de apenas um euro, mas de muitos milhões de euros que a Caixa Geral de Depósitos irá deixar de pagar aos seus clientes e que seriam devidos a quem poupa com algum esforço.
O banco público que perdeu milhões que lhe ficaram a dever alguns senhores da nossa praça, responde agora aos seus clientes sacando a cada um deles o juro nos depósitos até 6666 euros. É um comportamento, no mínimo, imoral. Também na CGD existem comissões inferiores a 1 euro e os clientes não vão deixar de as pagar. Certamente essas não serão retiradas dos preçários. Há aqui uma deslealdade para com os clientes: os cortes são só para uma das partes, sempre a favor do banco.
Banco do Estado sugere alternativas aos depósitos
Ao mesmo tempo, não se pode dizer aos aforradores que devem procurar outras alternativas, como fundos de investimentos, PPR e seguros financeiros, sem ter em consideração o perfil de risco de cada um. Esses produtos não são indicados para todos e alguns cobram mais comissões do que aquilo que efetivamente rendem (os seguros de capitalização e alguns PPR são frequentemente um exemplo disso).
A Caixa tem clientes transversais a toda a população portuguesa, residente e emigrante, muitos dos quais terão poucos conhecimentos financeiros e maioritariamente de perfil conservador. Dizer que devem procurar outras alternativas é ignorar a elevada iliteracia financeira.
Além disso, é uma porta aberta para outros produtos com rendimento aparentemente sedutor, mas custos mais elevados e, em alguns casos, risco demasiado elevado e desaconselhados ao pequeno aforrador.
A responsabilidade financeira para com os aforradores deveria também ser uma das características do banco do Estado, mas o incentivo à poupança dos portugueses não parece estar nos objetivos desta instituição.
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