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Dinheiro no banco ou no cofre?
Há 5 anos - 9 de setembro de 2016A política de juros negativos do Banco Central Europeu reduz a rentabilidade dos depósitos e, indiretamente, também está a conduzir ao aumento das comissões bancárias. Alguns bancos alemães, por exemplo, começam a cobrar comissões por depósitos acima de 100 mil euros, o que está a fazer com que algumas pessoas prefiram guardar o dinheiro em casa, recorrendo a cofres.
E, em Portugal, uma situação semelhante poderia vir a acontecer? Perguntámos a opinião aos visitantes do nosso site e a grande maioria (76%) não concorda que os bancos cobrem por depósitos acima de 100 mil euros. Aliás, em Portugal não é permitida a cobrança de juros negativos nos depósitos.
Mesmo na Alemanha é reduzido o número de bancos que começou a cobrar juros sobre os depósitos de grandes clientes, e, de acordo com o Bundesbank, é altamente improvável que se generalize. Além de impedimentos legais, como existem em Portugal, cobrar taxas negativas conduziria à fuga dos depósitos. Um luxo a que a banca europeia não se pode dar.
Esta semana, o Banco Central Europeu decidiu não reforçar a atual política monetária expansionista. Sem surpresa, o facto é que as munições estão a acabar. A taxa a que os bancos depositam dinheiro junto do BCE já está em território bem negativo (-0,4%) e a inflação da zona euro, atualmente em 0,2%, continua a milhas do objetivo de 2%.
Insistir na mesma receita deverá produzir resultados cada vez mais diminutos e até contraproducentes. Inquestionavelmente a política do BCE trouxe um enorme alívio para as finanças públicas dos países da zona euro, como Portugal, mas não se repercute num aumento sustentado do financiamento ao setor privado, sobretudo para investimento.
Uma das falhas reside na fragilidade da banca europeia. A pouca rentabilidade, em alguns casos agravada por muito crédito malparado, está a encravar a engrenagem. Uma das respostas dos bancos é compensar com o aumento das comissões. Infelizmente, é frequente serem exorbitantes e não corresponderem a um serviço prestado. Uma situação inadmissível e que temos combatido.
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