- Poupanças
- Depósitos e contas poupança
- Resoluções para 2020: crie um fundo de emergência

António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
Resoluções para 2020: crie um fundo de emergência
Há 3 anos - 23 de dezembro de 2019
António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
Para criar um fundo de emergência, coloque de parte o montante equivalente a seis salários, quantia suficiente para se manter durante meio ano sem trabalhar devido a imprevistos que possam surgir (doença, desemprego, despesas inesperadas, entre outros). Claro que há outras variáveis a ter em conta, como o valor do salário e o montante das despesas.
Quem não tem filhos ou não tem um crédito à habitação poderá não necessitar de um fundo de emergência tão elevado como outra pessoa que, usufruindo do mesmo salário, tenha esses mesmos encargos. Por isso, use como referência o montante necessário para se sustentar durante seis meses.
Mas não basta pôr de lado este montante, deve também rentabilizar o fundo de emergência de forma a não perder poder de compra. Embora seja importante que esse montante esteja sempre disponível. Tal não significa que o deva ter em casa guardado numa gaveta ou no colchão porque, com a subida generalizada dos preços – a inflação, dentro de algum tempo o seu dinheiro valerá menos. Assim, além da rentabilidade, é igualmente importante ter em conta a segurança e a liquidez dos produtos escolhidos. Sugerimos depósitos até um ano e Certificados de Aforro.
Os melhores depósitos de curto prazo
Os produtos nos quais deve aplicar esse montante devem ter elevada liquidez, de forma a poder resgatar a qualquer altura e sem custos. Depósitos que não permitam a mobilização antecipada são de evitar (por exemplo, os depósitos estruturados).
Também são de evitar os produtos que não garantam o capital ou que estejam sujeitos a alguma variável incerta. Por exemplo, os depósitos em moeda estrangeira sem cobertura cambial apesar de estarem protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, estão sujeitos à variação cambial e, por isso, o capital não está garantido em euros.
Mas não aceite qualquer depósito, pois a maioria dos bancos está a remunerar abaixo da inflação prevista para 2020 (0,9%, segundo o Banco de Portugal). Atualmente, para um depósito a um ano, as taxas variam entre 0 e 0,7% líquidas. Há depósitos com melhores taxas, mas são para prazos mais curtos e geralmente destinados a novos clientes. Best Bank e Finantia remuneram os novos clientes a 1,4% líquidos a três meses.
Os melhores depósitos a 3 meses
Conta | Banco | TANL (%) |
Depósito Novos Clientes (1) | Best Bank | 1,4 |
Depósito a 3 meses em Euros (1) | Banco Finantia | 1,4 |
DP Bem-Vindo (1) | Banco Carregosa | 1,1 |
DP Boas-Vindas (1) | Atlântico Europa | 0,8 |
Super Depósito 1% (1) | Banco BiG | 0,7 |
Invest Choice Novos Depósitos (1) | Banco Invest | 0,7 |
Depósito Poupança Livre | Banco CTT | 0,7 |
TANL: Taxa Anual Nominal Líquida
(1) Exclusivo para novos clientes
Certificados de Aforro: uma opção com capitalização trimestral de juros
Os Certificados de Aforro rendem apenas 0,4% líquidos, para quem subscrever em dezembro, ficando aquém dos depósitos promocionais. Mas o rendimento depende da Euribor, pelo que, se esta começar a subir, poderão tornar-se mais interessantes.
Estes produtos de dívida pública apresentam a garantia do Estado, não cobram comissões e facilmente são convertidos em liquidez. Quem já tem as séries antigas (A ou B), deverá manter pois estão a render 2% líquidos.
Já os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento têm taxa de juro anual crescente, entre 0,5 e 1,6% líquida, mas não têm liquidez nos primeiros doze meses. Assim, nunca crie um fundo de emergência apenas com Certificados do Tesouro, pois não poderá mobilizar no primeiro ano.
Diversifique, mas com prudência
Uma regra de ouro das poupanças é diversificar. Por isso, a menos que consiga negociar uma boa taxa para o montante total do seu fundo de emergência, reparta o dinheiro por mais do que um produto, sempre dentro do universo das aplicações que apresentam as melhores taxas e que apresentem elevada liquidez.
Produtos sem capital garantido, como fundos de investimento, ações, obrigações e produtos estruturados, devem ser afastados do seu fundo de emergência, bem como os depósitos que não permitem mobilização antecipada.
Cumprido o objetivo de constituir o seu fundo de emergência que lhe permitirá fazer face a imprevistos, o capital excedente que pode investir por vários anos, deverá ser aplicado numa estratégia de longo prazo que lhe permitirá aceder a uma melhor rentabilidade.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.