A primeira vista, um depósito em dólares pode parecer uma boa alternativa a uma conta a prazo em euros. O nível de taxas de juro associadas ao dólar é ligeiramente superior ao que vigora, em média, para os depósitos em euros.
Contudo, o rendimento efetivo de uma conta em dólares depende da taxa de juro, mas sobretudo da evolução do câmbio euro/dólar durante o prazo escolhido. Dadas as oscilações inerentes aos mercados cambiais, esta última componente acaba por ser muito mais determinante no resultado final de um depósito em dólares.
Dólar ganha com a Fed?
Dada a divergência entre as políticas monetárias dos dois lados do Atlântico, em teoria, o dólar beneficiaria da subida dos juros por parte da Reserva Federal. Contudo, não é um facto novo e estará já incorporada no valor do dólar. Ao invés, a retórica da Casa Branca contra um “dólar forte” ou uma subida mais rápida do que o esperado da inflação na zona euro podem trocar as voltas. Constituir um depósito em dólares com base nesta premissa é arriscado.
Fator cambial a longo prazo
A realidade é que, em períodos reduzidos é difícil prever com exatidão o comportamento das taxas de câmbio. O nosso modelo de avaliação dá-nos uma estimativa do valor teórico do dólar face ao euro e, consequentemente, onde poderá estar a taxa de câmbio a longo prazo, mas no horizonte de uns meses a fiabilidade desta previsão é reduzida.
Ainda assim, como consideramos que, atualmente, o dólar americano está sobreavaliado face ao euro, a probabilidade de registar uma depreciação é mais elevada. Em suma, não recomendamos a constituição de um depósito em dólares.