Os CTT – Correios de Portugal, em parceria com o IGCP (entidade que gere a dívida pública), iniciaram uma nova da campanha que pretende promover os produtos de dívida pública. Cerca de 4 milhões de casas vão receber “notas” nas caixas do correio. O mote da campanha é “A sua poupança pode valer mais” e pretende relembrar aos portugueses que o investimento em Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) e em Certificados de Aforro (CA), disponíveis nos CTT, apresentam duas vantagens muito apreciadas pelos portugueses: rendimento e segurança.
O montante aplicado nestes produtos de dívida pública tem aumentado nos últimos meses. Desde outubro, os Certificados de Aforro aumentaram em 39 milhões de euros e os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento cresceram mais de 200 milhões desde novembro.
A principal razão será o vencimento dos antigos Certificados do Tesouro, cujos montantes poderão estar novamente a ser aplicados nos produtos de dívida e reforçados, devido à falta de alternativas interessantes na banca. O rendimento dos Certificados de Aforro e do Tesouro não é espetacular, mas consegue superar a maioria dos depósitos a prazo.
É urgente incentivar a poupança dos portugueses, pois atualmente apresentamos uma das mais baixas taxas de poupança da Europa: apenas 4%, quando há uma década era quase 11%. Na zona euro essa mesma taxa supera os 12%. Por cá, é necessário um alívio da carga fiscal das aplicações de aforro, que se mantém uma das mais elevadas do velho continente.
Além disso, seriam bem-vindos novos produtos de dívida pública mais adequados ao cenário de baixas taxas de juro, com rendimento fixo ou crescente e que não dependa da Euribor, enquanto esta continuar em terreno negativo.
E, já agora, não podemos esquecer que, à semelhança de outros produtos de aforro de baixo risco, também os produtos de dívida pública deveriam ter uma Ficha de Informação Normalizada (FIN). O Estado deve ser o primeiro a dar o exemplo em matéria de transparência.