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- Certificados de aforro rendem menos. Deve manter?

António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
Certificados de aforro rendem menos. Deve manter?
Há um ano - 16 de setembro de 2020
António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.

Os Certificados de Aforro são interessantes para quem pretende aplicar sem risco por prazos longos, mais de cinco anos.
Se há um ano esperávamos a subida das taxas de juro e o despertar das taxas Euribor, a pandemia veio alterar tudo. Por exemplo, a Euribor a três meses tem estado em queda desde maio, passando de -0,286% no início de maio para -0,477% no último dia de agosto. Esta queda significativa tem gerado descida na taxa base dos Certificados de Aforro, já que está indexada a esta taxa de referência.
Se em agosto a taxa base dos Certificados da Série E era de 0,550%, em setembro passou para 0,516% bruta, ou seja, 0,37% líquida. Se tem as séries mais antigas (A e B) mantenha, pois estão a render 2%.
Taxa base líquida dos Certificados de Aforro (Série E)
Certificados de aforro: deve subscrever a nova série?
Com a remuneração a encolher, serão os Certificados de Aforro ainda uma aplicação interessante? Sim. Por enquanto continuamos a recomendar a subscrição da série E, especialmente se o que procura é um produto de poupança que permita entregas de pequeno montante (mínimo de 100 euros), com capitalização trimestral de juros.
Têm ainda a vantagem de proporcionar um prémio de permanência de 0,5% bruto do segundo ao quinto ano e de 1% do sexto ao 10 .º ano, que acresce à taxa base. Esta varia em função da Euribor a três meses, pelo que se esta subir nos próximos meses, o rendimento dos Certificados de Aforro também sobe.
Segundo as nossas simulações, supondo que a Euribor se mantém no nível atual (cenário pessimista) e supondo que sobe 0,4% ao ano (cenário otimista), o rendimento dos Certificados poderá variar entre 0,7% e 1,6% líquidos ao ano, supondo que mantém durante o prazo máximo de 10 anos. Mas, se tenciona aplicar as poupanças por prazos curtos (inferiores a 5 anos), encontra no mercado outras opções com rendimento mais interessante, como os melhores depósitos ou os seguros de capitalização de taxa fixa da Lusitania Vida. Os Certificados de Aforro são especialmente interessantes para quem pretende aplicar sem risco por prazos longos, mais de cinco anos.
Tanto os Certificados de Aforro, como os do Tesouro, são aplicações de poupança mais rentáveis se aplicar por prazos superiores a cinco anos. Os primeiros beneficiam de um prémio de permanência de 1% bruto, que acresce à taxa base, a partir do 6.º ano (do segundo ao quinto ano, o prémio é de 0,5%). Além disso, como a taxa base depende da Euribor a três meses, é bem provável que suba nos próximos anos, não a curto prazo.
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