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Frutas, legumes e produtos de mercearia mais baratos no comércio tradicional

Se precisa de comprar frutas, legumes e mercearias, optar pelo comércio tradicional pode ajudar a poupar alguns euros. Já para a carne e para o peixe, a opção mais em conta podem ser as grandes cadeias de supermercados, de acordo com um estudo da DECO PROTESTE.

03 agosto 2023 Exclusivo
pessoa com carrinho de compras num supermercado a olhar para os preços numa fatura

iStock

Comprar frutas, legumes e produtos de mercearia sai mais barato no comércio tradicional. Contudo, para comprar carne e peixe pelo preço mais baixo compensa visitar as lojas online das grandes cadeias de supermercados.

Quem o diz é a DECO PROTESTE, que, em quatro semanas consecutivas, foi às compras para comparar os preços. Além dos supermercados online, das principais cadeias de retalho, visitou meia centena de pontos de venda do comércio tradicional, entre mercados municipais, mercearias, minimercados, frutarias, talhos, peixarias e padarias, das zonas de Lisboa e do Porto. No carrinho, colocou os 63 produtos habituais no seu cabaz de bens alimentares essenciais.

Frutas e legumes podem ser pelo menos 10% mais baratos no comércio local

Nas semanas em que a DECO PROTESTE fez esta recolha de preços, as frutas e os legumes e os produtos de mercearia tiveram sempre preços médios totais mais baixos no comércio tradicional do que nas lojas online das grandes cadeias de supermercados.

A 20 de junho, data da primeira recolha de preços, comprar uma cesta com 14 frutas e legumes, como laranja, maçã gala ou brócolos, custava 26,34 euros nos pontos de venda do comércio local, 4,17 euros abaixo do preço da mesma cesta nas lojas online, ou seja, menos 16 por cento.

Na mesma data, uma cesta com 24 produtos de mercearia – como esparguete, açúcar, feijão cozido ou arroz – custava 47,53 euros no comércio tradicional, menos 6,69 euros do que nas lojas online das cadeias de supermercados (menos 12 por cento).

Quatro semanas depois, a 11 de julho, o comércio local continuou a ser mais barato para comprar frutas e legumes, com uma diferença de 2,88 euros, cerca de menos 11%, em comparação com os preços das lojas online das grandes cadeias de retalho. Também para comprar produtos de mercearia, as lojas tradicionais continuaram a ser mais baratas na última semana da análise, com uma poupança de 4,46 euros face aos supermercados online, menos quase 9 por cento.

Preço da carne e do peixe mais baixo nos supermercados online

Por outro lado, em todas as semanas da análise da DECO PROTESTE, a carne e o peixe estiveram sempre mais baratos nas lojas online dos supermercados. A 11 de julho, comprar um quilo de oito variedades de peixe nos supermercados permitia poupar 11,46 euros (quase 17%) face à despesa com os mesmos produtos no comércio tradicional. 

Na mesma data, o consumidor poupava 2,47 euros (cerca de 6%) se optasse por comprar um quilo de sete diferentes tipos de carne nas lojas online das grandes cadeias de retalho.

 

Gráfico: Pedro Nunes

Laticínios e congelados com poucas diferenças de preço

Nos laticínios, embora os preços tenham estado todas as semanas mais baixos nas lojas online das cadeias de supermercados, as diferenças não foram significativas, ficando a poupança em apenas alguns cêntimos. A 20 de junho, comprar sete produtos desta categoria, como leite, iogurtes e queijo, nas lojas online representava uma poupança de apenas 14 cêntimos em comparação com o comércio tradicional. 

Já nos congelados, na primeira e na segunda semana da análise da DECO PROTESTE, o preço total foi mais baixo no comércio local. Nas duas últimas, passou a estar mais baixo nas lojas online. A poupança máxima conseguida verificou-se a 20 de junho, quando comprar estes produtos no comércio local custava menos 1,12 euros (menos 7%) do que nas lojas online. Já a 11 de julho comprar nos supermercados online permitia poupar 42 cêntimos (3 por cento).

Preços sobem e descem em todas as lojas

Desde que a DECO PROTESTE começou a monitorizar o cabaz alimentar essencial nos supermercados online, no início de 2022, o custo da cesta de 63 alimentos registou subidas de preço consecutivas até ao primeiro trimestre de 2023. A 15 de março deste ano, o cabaz alimentar atingiu o valor máximo de 233,62 euros, 22% acima do preço do mesmo cabaz no período homólogo. Desde então, o custo total do cabaz tem descido, uma tendência impulsionada pela isenção do IVA, em vigor desde 18 de abril, em mais de 40 alimentos. Ainda assim, este percurso descendente tem sido intercalado com subidas pontuais nos alimentos e ainda estamos longe de regressar aos preços de antes do início da guerra na Ucrânia, quando o mesmo cabaz custava 183,63 euros.

Os elevados preços dos bens alimentares têm sido uma realidade com grande impacto na vida dos consumidores há mais de um ano e meio. O estudo da DECO PROTESTE mostra que existem diferenças de preços entre a grande distribuição e o comércio tradicional. Contudo, não se pode afirmar que seja sempre mais vantajoso comprar num lado ou no outro, já que há oscilações de preços de uma semana para a outra tanto nas lojas online das cadeias de supermercados como no comércio tradicional.

No período de análise, o cabaz de 63 produtos da DECO PROTESTE foi mais barato no comércio tradicional na primeira semana. Já nas três semanas seguintes, foi mais barato nos supermercados online.

Pescada eleva preço da cesta de compras no comércio local

Entre a primeira e a quarta semana do estudo, o preço do cabaz no comércio tradicional aumentou 3,80 euros, passando de 216,71 euros, a 20 de junho, para 220,51 euros, a 11 de julho. No entanto, esta subida foi impulsionada, sobretudo, pelos aumentos de preços em três produtos: a pescada fresca, os brócolos e a couve-flor. Estes têm sido, aliás, alimentos que, ao longo dos últimos meses, têm sido apontados pela DECO PROTESTE como alguns dos que registaram as maiores subidas de preço também nas lojas online monitorizadas semanalmente, desde o início de 2022. Só a pescada fresca subiu de 6,17 euros para 8,95 euros por quilo no comércio local entre a primeira e a quarta semana do estudo, o que contribuiu para o aumento do preço total da cesta de compras neste tipo de lojas.

Ainda assim, a DECO PROTESTE lembra que, além do preço dos produtos, há outros custos que devem ser contabilizados pelo consumidor. Os possíveis custos de deslocação até à loja ou os custos com a entrega, ao comprar online, podem aumentar a fatura final e, assim, esbater ou acentuar a diferença de preços entre os pontos de venda do comércio tradicional e as lojas online das cadeias de supermercados.

30 produtos mais baratos no comércio local

Os dados mostram, também, que, em todas as semanas analisadas, os preços de 30 produtos estiveram sempre mais baixos no comércio tradicional. É o caso das salsichas frankfurt, dos flocos de cereais, da maçã gala, do tomate, da batata-vermelha, da curgete ou da couve-coração.

Por outro lado, 17 produtos estiveram sempre mais baratos nas lojas online, em todas as datas em que os preços foram recolhidos, como, por exemplo, o bacalhau graúdo, a dourada, o carapau e o peixe-espada-preto.

Simule e compre ao melhor preço

Para conseguir poupar na conta final do supermercado, o melhor mesmo é comparar preços. Como revela o estudo da DECO PROTESTE, em algumas categorias de produtos, os pontos de venda do comércio tradicional podem ser a melhor escolha. Noutras, os supermercados online ajudam a poupar alguns euros. Use o simulador da DECO PROTESTE para saber quais os supermercados mais baratos.

Também é possível poupar trocando alguns legumes frescos por legumes ultracongelados. Não tem de abdicar da qualidade nutricional, e a poupança pode chegar aos 80 por cento.

Pode, ainda, acompanhar as oscilações de preços em 41 produtos, com IVA zero, no site da DECO PROTESTE. Registe-se para passar a receber os preços por e-mail, todas as semanas.

Como foi feito o estudo da DECO PROTESTE

Desde 5 de janeiro de 2022, a DECO PROTESTE tem monitorizado, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais. A organização começa por calcular o preço médio por produto em todas as lojas do seu simulador dos supermercados online em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém o custo médio do cabaz para um determinado dia.

Para saber se existem diferenças entre os preços praticados nas lojas online das grandes cadeias de supermercados e os preços dos mesmos produtos no comércio local, de proximidade, a DECO PROTESTE realizou uma recolha de preços em lojas do comércio tradicional, em sete concelhos das zonas de Lisboa e do Porto. Foi abrangida cerca de meia centena de pontos de venda, como mercados municipais, mercearias, minimercados, frutarias, talhos, peixarias, padarias, entre outros.

A recolha de preços no comércio tradicional foi feita em quatro semanas consecutivas, nos dias 20 de junho, 27 de junho, 4 de julho e 11 de julho. Foi calculado o preço médio por produto e apurado o custo do cabaz no comércio tradicional em cada semana. Este custo, assim como os preços de cada produto, foram comparados com os preços recolhidos nos supermercados online, nas mesmas datas.

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