DECO PROTESTE recebeu mais de 7 mil queixas por mês no primeiro semestre

Com os preços a subir e as compras online a serem cada vez mais uma escolha dos portugueses, crescem também as reclamações no que diz respeito aos bens de consumo. Até 29 de junho, a DECO PROTESTE recebeu 8112 comunicações relacionadas com este setor. Artigos com defeito, irregularidades no envio das encomendas e problemas com trocas e devoluções são alguns dos motivos que estão na origem das queixas à organização de defesa dos consumidores. As empresas deste setor com maior número de reclamações são a Worten (770 queixas), a PT Eletrónica (485 queixas) e a Fnac (199 queixas).

Nos primeiros seis meses de 2023, a DECO PROTESTE registou 43 908 contactos, menos 5% do que no mesmo período no ano passado. Mais de 30 mil foram feitos por e-mail (31 460) e os restantes através da Plataforma Reclamar (12 448).

Cerca de 25% do total de queixas estão relacionadas com situações referentes a imobiliário (condomínio e arrendamento), impostos ou conflitos com a Segurança Social, entre outros. Nos primeiros seis meses do ano, houve mais de 11 700 reclamações neste grupo.

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Telecomunicações lideram queixas no primeiro semestre

À imagem dos anos anteriores, mantém-se a relevância dos contactos para a DECO PROTESTE motivados por problemas com telecomunicações, compra e venda de bens e serviços, e serviços financeiros (nomeadamente nas áreas do crédito à habitação e pessoal, seguros e produtos bancários em geral).

Os lugares cimeiros da lista das empresas mais reclamadas continuam a ser ocupados pela MEO, pela NOS e pela Vodafone. Juntas, totalizam 5360 menções no Portal Reclamar. As principais queixas dizem respeito à qualidade do serviço, a atrasos, a assistência técnica deficiente e a faturação indevida, entre outros. Esta três empresas geram, em conjunto, mais contactos na Plataforma Reclamar, da DECO PROTESTE, do que todas as restantes empresas reclamadas juntas. Este número não será alheio ao facto de estas empresas concentrarem um elevado número de clientes e, como tal, poderem gerar o maior número de reclamações.

Mantém-se também relevante o número de reclamações relativas a problemas com transportadoras aéreas e agências de viagens (1401 queixas). Atrasos nos voos, cancelamentos de última hora e perda ou extravio de bagagens foram algumas das situações que estiveram na base das queixas a este propósito na Plataforma Reclamar durante os primeiros seis meses do ano. A TAP é a empresa mais reclamada do setor, com 871 casos apresentados, seguida da Easyjet (121 queixas) e da Ryanair (101 queixas).

Também a EDP, a Worten e os CTT se destacam na tabela das empresas mais reclamadas.

Os serviços financeiros são o quarto setor mais reclamado, com 4088 contactos. Os consumidores recorrem à Plataforma Reclamar para tentar resolver conflitos sobre as dificuldades sentidas na escolha e mudança de crédito, os valores das comissões bancárias e a regularização de sinistros. Três entidades são as mais referenciadas a este respeito: banco Santander (107 casos), o BPI (123 casos) e o Novobanco (91 casos).

Oito por cento das reclamações apresentadas dizem respeito a pequenas empresas e empresas em nome individual relacionadas com obras e serviços. Este setor totaliza 3547 casos. As queixas dizem respeito, na maioria dos casos, a atrasos, falta de qualidade na prestação do serviço e muito pouca transparência nos valores praticados.