Black friday: aumento dos preços e da inflação provoca redução dos gastos
O inquérito da DECO PROTESTE a cerca de 2000 portugueses revela que sete em cada dez planeiam fazer compras no período da black friday e gastar, em média, 259 euros. O aumento dos preços e da inflação é o principal motivo pelo qual um em cada três tenciona gastar menos.
- Especialista
- Bruno Carvalho
- Editor
- Cláudio Nogueira e Filipa Nunes

O período oficial da black friday convoca muitos consumidores às lojas físicas e online, aliciados pela promessa de grandes promoções. Nalguns casos, haverá vantagem na aquisição. Noutros, nem por isso. A altura exige atenção redobrada, quer na qualidade dos produtos, quer no respetivo preço.
Garanta boas compras na Black Friday
Black friday mais escura devido à inflação
Cerca de um terço dos portugueses que planeia fazer compras na black friday deste ano (34%) antecipa gastar menos dinheiro. O principal motivo apontado por 76% dos casos é a subida dos preços e da inflação.
Apesar das dificuldades sentidas nas carteiras dos consumidores, 70% dos inquiridos contam fazer compras durante a black friday. No ano passado, só 58% acabaram por fazê-lo.
Este ano, os consumidores planeiam gastar, em média, 259 euros, menos 38 euros do que no ano passado. Ainda assim, mais de metade (59%) pensa abrir os cordões à bolsa e gastar entre 100 e 500 euros nas oportunidades que as superfícies comerciais oferecem nesta altura do ano.
Vestuário lidera a lista de desejos
Esbatam-se os rumores de que os produtos adquiridos nesta altura são apenas compras impulsivas. A esmagadora maioria dos portugueses (94%) que contam aproveitar a “sexta-feira negra” diz saber o que vai adquirir, o que comprova que os portugueses estão a conseguir programar com mais antecedência as compras na black friday. Grande parte dos inquiridos (74%) recolhe previamente a informação sobre os produtos ao visitar as lojas físicas ou online que vendem os produtos que tencionam adquirir.
Mais de metade dos inquiridos que vão aproveitar a black friday (60%) vão fazer compras de vestuário. A lista de desejos segue a tendência do ano passado. Além do vestuário, os portugueses antecipam a compra de aparelhos de alta tecnologia (40%), pequenos eletrodomésticos (28%), brinquedos ou jogos (27%), entre outros.
As lojas online estão cada vez mais populares, tanto que, dos portugueses que contam gastar dinheiro nesta época de descontos, 38% planeia comprar apenas em lojas online e 32% pensa fazê-lo quer em lojas online, quer em lojas físicas. A intenção de visitar apenas lojas físicas é mais expressiva entre os inquiridos a partir dos 55 anos.
Descontos agradam aos portugueses
Dois terços dos portugueses consideram que vale a pena fazer compras na black friday porque se consegue bons descontos. No entanto, embora seja possível encontrar ofertas sedutoras durante este período, a DECO PROTESTE lembra que é preciso estar atento e detetar as estratégias para induzir a compra.
Cerca de 80% dos inquiridos acredita que as lojas aumentam os preços antes de a época promocional ter início e baixa-os depois para dar uma falsa sensação de desconto. Além disso, quase metade dos portugueses critica a falta de fiscalização das autoridades sobre eventuais práticas abusivas durante a black friday.
Mas as falhas apontadas pelos inquiridos não acabam aqui. Perto de um terço dos consumidores (34%) concorda que as compras nesta altura do ano dão mais problemas (por exemplo, atrasos na entrega, dificuldades na devolução, etc.) do que nos períodos não promocionais.
Como fizemos o estudo
Entre 7 e 14 de novembro de 2022, fizemos um inquérito online a uma amostra da população adulta portuguesa, entre 18 e 74 anos. No total, obtivemos 2000 respostas válidas, que foram ponderadas para refletirem a opinião da população em termos de género, idade, nível educacional e região. Os resultados refletem a opinião e a experiência dos inquiridos, mas podem ser considerados como tendências representativas da população nacional.
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