Como escolher produtos contra piolhos e lêndeas

Se pensa que pode manter a cabeça do seu filho longe dos parasitas, dizemos-lhe já que é uma missão quase impossível: os repelentes não funcionam, pois os piolhos não se deixam impressionar por odores fortes e desagradáveis. Portanto, só poderá agir depois de o mal estar feito, ou seja, com piolhos e lêndeas já instalados no escalpe. A comichão é o sintoma mais evidente de uma infestação. Para confirmar o “diagnóstico”, é, no entanto, necessário verificar a cabeleira, mecha por mecha.
Existem muitas opções para atacar o problema, mas nem todas eficazes ou práticas. Se procura uma via que não envolva toxicidade, a primeira solução será apostar num pente fino. Alguns capturam só piolhos, outros também o fazem às lêndeas. Mas, mesmo na versão elétrica, os pentes não acabam com a infestação à primeira. É preciso repetir o procedimento a cada três dias, durante duas semanas, o que exige paciência e disciplina tanto aos pais, quanto às crianças.
As receitas caseiras, à base de maionese, vinagre de vinho branco, óleo de coco ou mistura deste último com óleo da árvore do chá, também não têm toxicidade associada. Contudo, o vinagre é ácido e pode ser agressivo em peles mais sensíveis. Nos nossos testes, algumas destas receitas, como o óleo de coco, revelaram-se muito eficazes contra piolhos, ainda que o tempo de aplicação, de 12 horas, não seja realista. Já face às lêndeas, todas tiveram ação nula ou próxima disso. Mesmo no caso do óleo de coco, a impotência contra as lêndeas exige a repetição do tratamento.
Ainda inócuos do ponto de vista da toxicidade são os produtos ditos sufocantes. As fórmulas que recorrem a silicones, como o dimeticone, resolvem o assunto. Já outros sufocantes, como o miristato de isopropilo, não mostram competência a eliminar os parasitas.
Mas, segundo a literatura, os produtos que dão mais garantias são os que incluem pediculicidas, nomeadamente, permetrina, ou seja, ingredientes capazes de matar piolhos e lêndeas de forma química.
Têm, contudo, alguns inconvenientes: podem causar reações alérgicas em couros cabeludos mais sensíveis e propiciar a resistência dos parasitas, à semelhança das bactérias, suscetíveis de adaptar-se e resistir aos antibióticos. Já foram observados destes fenómenos em França, no Reino Unido e na República Checa.
A permetrina deve, assim, ser usada de forma criteriosa e de acordo com as instruções do fabricante. Qualquer que seja o produto escolhido, as instruções devem ser cumpridas, porque até produtos eficazes podem falhar, se não forem corretamente aplicados.
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