Como rentabilizar o reembolso do IRS
O reembolso do IRS é a devolução do que foi retido a mais pelo Estado. Se consegue pôr esse dinheiro de parte, saiba como rentabilizá-lo.

Receber o reembolso do IRS é uma lufada de ar fresco para a maioria das pessoas. O dinheiro extra pode ajudar a pagar algumas dívidas, reservar férias, dar como entrada num carro, entre outras situações que ficam adiadas quando o cinto está apertado.
O direito a reembolso poderia ser uma razão de contentamento para os contribuintes, mas é uma evidência de que, durante um ano, lhes foi retido imposto superior ao devido. No momento da entrega da declaração de IRS são feitas as contas entre o imposto que o contribuinte terá mesmo de pagar e aquele que lhe foi retido durante o ano. A esta diferença são, ainda, retiradas as deduções relativas às despesas efetuadas, como as de saúde e educação, e as relativas à composição do agregado familiar. Durante um ano, os contribuintes que recebem reembolsos “emprestam” dinheiro ao Estado a custo zero. Assim, até pode ter motivos para ficar contente com o reembolso do IRS, mas não se iluda: o dinheiro é e sempre foi seu.
5 dicas para poupar ou investir o reembolso do IRS
Se recebeu o seu reembolso e não tem necessidade de utilizar o dinheiro, porque não aproveitar para o aplicar num produto que gere rendimento? Desta forma, estará a pôr o dinheiro a trabalhar para si. Pode fazer uma poupança ou aproveitar para reforçá-la, caso já tenha um pé-de-meia. A PROTESTE INVESTE identificou algumas formas de investir o reembolso do IRS.
Dois objetivos fundamentais para manter as suas finanças pessoais de boa saúde é ter uma poupança de curto prazo, que sirva para fazer face a imprevistos, e uma outra de longo prazo, para complemento da pensão de reforma. Caso já tenha estes dois planos encaminhados, pode canalizar as restantes poupanças para produtos de longo prazo sem capital garantido, como é o caso dos fundos de investimento.
1. Crie um fundo de emergência para imprevistos
Se está a pensar colocar as poupanças todas em depósitos, é melhor repensar a estratégia. Acontece que este já não é o produto mais interessante, devido ao seu rendimento: atualmente, metade dos bancos remunera os depósitos a prazo a 0% e na outra metade é quase zero. Contudo, os depósitos são a aplicação com maior liquidez e simplicidade e ideais para o pagamento das despesas correntes, do dia-a-dia, e também para pagar despesas não previstas, mas que podem surgir. Por isso, é necessário manter algum dinheiro de parte, o que designamos por “fundo de emergência”. Recomendamos que coloque o equivalente a seis meses de ordenado. Para tal, pode escolher um dos melhores depósito a prazo disponíveis. Considere um prazo curto (até um ano), para evitar o impacto da subida das taxas de juro prevista para os próximos anos. Este prazo permite-lhe ir renovando de acordo com a melhor oferta do mercado. E evite os depósitos que não permitem mobilização.
Os Certificados de Aforro são também uma boa aplicação para aplicar o dinheiro que pretende ter sempre disponível, já que podem ser resgatados após os primeiros três meses.
2. Se não gosta de arriscar, aplique nos produtos de dívida pública
Se prefere os produtos de capital garantido e não lida bem com o risco, aplique o montante em produtos de dívida pública, por exemplo, os Certificados de Aforro. Esta aplicação financeira tem a vantagem de garantir o capital subscrito, permitir entregas a qualquer momento e ter um mínimo de subscrição baixo (apenas 100 euros). O rendimento de base da série em comercialização (série E) depende da taxa Euribor a três meses. Os juros são pagos trimestralmente e capitalizados, por um prazo máximo de dez anos, mas o valor pode ser resgatado a qualquer altura, sem penalização. A principal vantagem dos Certificados de Aforro relativamente a outros produtos de capital garantido é o prémio de permanência de 0,5% brutos do segundo ao quinto ano, e de 1% a partir do sexto.
Os Certificados do Tesouro Poupança Valor são outra opção também com a garantia do Estado. À imagem dos anteriores, subscrevem-se nos CTT, mas o montante mínimo exigido na subscrição, ou em cada reforço, é de 1000 euros. Os juros são pagos anualmente na conta bancária, e o valor não pode ser mobilizado durante o primeiro ano. Oferecem ainda uma bonificação a partir do terceiro ano, em função do crescimento do PIB.
3. Crie ou reforce o complemento à pensão de reforma
Se não tem um PPR, o melhor é pensar seriamente no assunto, pois as reformas tendem a diminuir. Quanto mais cedo começar, mais liberdade terá para escolher produtos com maior potencial de rendimento e maior será o valor acumulado. Caso já tenha um plano de poupança-reforma, compare-o com os melhores do mercado no site Ganhe Mais no PPR e descubra se deve transferi-lo para um produto mais rentável.
Um PPR tem a vantagem de permitir entregas regulares de pequenos montantes, e pode ser resgatado sem penalizações fiscais a partir dos 60 anos ou em caso de reforma. Além disso, há ainda mais situações em que pode resgatar o plano sem penalizações fiscais: em caso de doença grave, desemprego prolongado, incapacidade para o trabalho (de qualquer membro do agregado familiar) ou mesmo se precisar do dinheiro para pagar a prestação mensal da casa própria e permanente.
Quem está a mais de dez anos da idade da reforma deve escolher um PPR sob a forma de fundo, com investimento em ações e, por isso, sem garantia de capital. Embora não tenha capital garantido, a longo prazo, o potencial de rendimento é superior. Já se estiver a dez anos ou menos da idade de reforma, deve transferir e optar por um PPR sob a forma de seguro com capital garantido e, se possível, com um rendimento mínimo.
A altura ideal para se subscrever um plano de poupança-reforma é quando se entra na vida profissional. Nessa altura, ainda lhe faltam algumas décadas para a reforma, pelo que pode optar por um PPR mais arriscado e, assim, conseguir um rendimento superior beneficiando do efeito de capitalização a longo prazo.
Além dos planos de poupança-reforma, há outros produtos financeiros concebidos especificamente para criar um complemento à pensão de reforma, como fundo de pensões ou os Certificados de Reforma. Todos eles dão acesso a benefícios fiscais.
4. Diversifique a longo prazo com os fundos de investimento
Os fundos de investimento permitem tirar partido da valorização da Bolsa e, a longo prazo, obter um rendimento superior, contornando a inflação. Adequam-se a quem já tem um fundo de emergência e um PPR. Aconselhamos o investimento, em regra, por prazos superiores a cinco anos.
Em princípio, o potencial de rendimento varia na relação direta face à percentagem de ações e consoante os mercados onde investem.
5. Não há uma solução de investimento igual para todos
Todos temos necessidades diferentes, modos de vida distintos, despesas específicas e rendimentos diferentes. Além disso, cada um de nós tem uma forma de lidar com o risco: há quem consiga dormir tranquilo e quem não goste de todo de arriscar. Nem todos têm conhecimentos financeiros de modo a optar por produtos financeiros mais complexos. As solução de investimento devem ser adaptadas a cada pessoa, às suas necessidades e objetivos, à respetiva idade e fase da vida. Não há uma solução ideal para todos. A regra é diversificar os investimentos, mas nunca aplique em produtos que não conhece ou com os quais não se sente confortável.
Conheça mais em detalhe as recomendações dos nossos especialistas no site da PROTESTE INVESTE.
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