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Como escolher o melhor crédito pessoal em 2023

Para financiar uma pequena obra em casa ou até umas férias num destino paradisíaco, um crédito pessoal é, muitas vezes, a solução para investimentos que vamos adiando. Conheça os créditos que a DECO PROTESTE recomenda para três cenários.

saco de dinheiro

iStock

O valor de crédito atribuído às famílias tem crescido de ano para ano. De acordo com a Pordata, em 2020, ano em que muitas famílias sofreram uma quebra nos rendimentos devido à pandemia de covid-19, foram emprestados, em Portugal, 6257 milhões de euros para consumo e outros fins. Em 2021, este valor subiu para um total de 6696 milhões de euros. E, segundo dados do Banco de Portugal, a tendência mantém-se. Em setembro de 2022, o montante concedido em créditos pessoais aumentou 20% face ao mesmo período do ano anterior.

Aceder a um crédito pessoal é cada vez mais fácil. Com apenas alguns cliques, e sem sair de casa, consegue ter o dinheiro na conta à ordem em apenas algumas horas. Mas, para aumentar a proteção dos consumidores junto das instituições de crédito, em 2010 foi criado o regime de taxas máximas. Trimestralmente, o Banco de Portugal publica as taxas máximas admitidas para os diferentes tipos de créditos (pessoal, automóvel, cartões de crédito).

No primeiro trimestre deste ano, nos contratos de crédito pessoal sem finalidade específica, os bancos não podem cobrar uma TAEG (taxa anual de encargos efetiva global) superior a 13 por cento. Quando esta taxa é ultrapassada, os bancos ajustam algum parâmetro para que a proposta se enquadre no limite. Se isso não acontecer e lhe apresentarem uma TAEG superior à permitida, não aceite e reclame.

Fazer contas antes de contrair um crédito

Embora a ideia de concretizar projetos sem ter de esperar até amealhar o valor de que necessita possa parecer atrativa, deve lembrar-se de que, quando se contrata um crédito, o capital tem de ser devolvido com os respetivos juros.

Às instituições de crédito cabe avaliar a solvabilidade dos clientes quando estes solicitam algum crédito, reunindo toda a informação e documentação necessárias para perceber se o cliente tem a capacidade de pagar o montante que está a pedir. Contudo, o consumidor também deve fazer uma avaliação aos seus próprios rendimentos antes de contratar um crédito. O peso de todas as prestações que tem para pagar não deverá ultrapassar 35% do seu rendimento mensal líquido. 

Se depois de fazer estas contas concluir que consegue pagar uma nova prestação, é importante que escolha a melhor opção. O ideal é que tenha o menor custo possível com o crédito pessoal.

Deve fazer várias simulações, iguais em montante financiado e prazo, e comparar a TAEG, que contempla juros, comissões, impostos e custos com seguros obrigatórios. Quanto menor for a TAEG de um crédito, melhor, porque terá menos custos. Por isso, ao comparar várias simulações iguais em montante e prazo, deve optar pelo crédito que apresentar a TAEG mais baixa.

O simulador da DECO PROTESTE ajuda a encontrar o crédito pessoal mais vantajoso para si.

Simular crédito pessoal

Fatores que podem tornar o crédito pessoal mais caro

Frequentemente, as instituições de crédito propõem a contratação de alguns produtos, como seguros, em troca de uma redução na taxa de juro aplicada ao crédito que está a solicitar. Nesse caso, analise se a subscrição destes produtos tem custos associados e se estes não anulam a poupança que terá na prestação. Se for o caso, prefira o crédito sem produtos associados. Poupar no crédito para depois acabar por ter mais custos devido aos produtos associados não é a melhor solução. Como já referimos, não é a taxa de juro nominal (TAN) que mostra se um crédito é mais barato do que outro, mas sim a TAEG. Ainda assim, se lhe propuserem produtos sem custos, como a domiciliação de vencimento ou a adesão ao homebanking, aproveite.

Outro parâmetro que pode levá-lo a obter um crédito mais caro é o prazo do contrato. Quanto maior for o período de reembolso, mais caro ficará o crédito. Olhando apenas para a prestação, pode até parecer que esta será menor, mas como estará mais tempo a pagar, acabará por desembolsar mais em juros. Assim, mesmo que o banco lhe proponha o prazo máximo (atualmente, pode propor até sete anos), prefira o prazo mais curto que lhe permita uma prestação confortável para o seu rendimento mensal.

Qual o melhor crédito pessoal?

Em janeiro de 2023, a DECO PROTESTE avaliou 28 produtos de crédito pessoal, de 18 instituições de crédito, e calculou as prestações e a TAEG para as diversas ofertas de cada instituição. Conheça as cinco melhores opções para os três cenários em análise. A DECO PROTESTE indica também o montante total imputado ao consumidor (MTIC), ou seja, o valor total que o consumidor pagará à instituição de crédito durante o prazo do contrato (inclui o capital solicitado, juros, comissões, impostos e outros encargos).

5000 euros pagos em 24 meses

No primeiro cenário, para um financiamento de 5000 euros, pagos em 24 meses, a Escolha Acertada para os subscritores da DECO PROTESTE é o protocolo celebrado entre o Unibanco (marca da Unicre) e a PROTESTE Crédito. Com uma TAEG de 5,9%, este crédito tem uma prestação de 220,97 euros, mas como não tem custos iniciais e a instituição suporta o imposto do selo sobre a utilização de crédito, é possível uma poupança nos dois anos de contrato de 380 euros. Para não-subscritores da DECO PROTESTE, a Escolha Acertada é o Super Crédito Pessoal do Crédito Agrícola, com uma TAEG de 6,6 por cento.

Instituição de crédito Designação Custos iniciais
Prestação
TAN
%
TAEG
%
MTIC  
Unibanco CP Exclusivo Subscritores DECO PROTESTE 0 220,97 5,50 5,9 5303,35
Crédito Agrícola Super Crédito Pessoal 0 218,64 4,50 6,6 5335,39
Crédito Agrícola Crédito Pronto 0 223,32 6,50 8,9 5447,66
Banco BPI Crédito Imediato 104 221,68 5,80  10,4 5512,20
Caixa Geral de Depósitos Expresso Multifinalidade 0 229,25 9,00 11,7 5590,01

10 000 euros pagos em 24 meses

No segundo cenário, para um financiamento de 10 000 euros, pagos num prazo de 24 meses, a Escolha Acertada para subscritores da DECO PROTESTE volta a ser atribuída ao protocolo com o Unibanco. O protocolo tem uma TAEG de 7,0%, permitindo uma poupança total nesse período de 697 euros face à média das ofertas do mercado. Para os consumidores que não sejam subscritores, a Escolha Acertada é o Crédito Imediato do Banco BPI, com uma TAEG de 10,4 por cento.

Instituição de crédito Designação Custos iniciais
Prestação
TAN
%
TAEG
%
MTIC
Unibanco CP Exclusivo Subscritores DECO PROTESTE 0 446,64 6,50 7,0 10719,33
Banco BPI Crédito Imediato 208 443,35 5,80  10,4 11024,41
Caixa Geral de Depósitos Expresso Multifinalidade 0 548,50 9,00 11,7 11180,02
Banco Credibom Crédito Pessoal 0 459,70 9,25 12,0 11208,74
ActivoBank Crédito Multiusos 208 451,84 7,60 12,5 11228,04

25 000 euros pagos em 60 meses

Já no último cenário, para um financiamento de 25 000 euros, pagos em 60 meses, a Escolha Acertada para subscritores da DECO PROTESTE é novamente o protocolo com o Unibanco. Com uma TAEG de 7,8%, permite uma poupança total nos cinco anos do contrato de 2648 euros face à média das ofertas do mercado. Para os consumidores que não sejam subscritores, a Escolha Acertada é o Crédito Multiusos do ActivoBank, com uma TAEG de 9,6%.

Instituição de crédito Designação Custos iniciais
Prestação
TAN
%
TAEG
%
MTIC    
Unibanco  CP Exclusivo Subscritores DECO PROTESTE 0 500,81 7,20 7,8 30048,37
ActivoBank Crédito Multiusos 312 505,76 7,60 9,6 31097,72
Banco Montepio Crédito Pessoal – Taxa Fixa 780 498,34 7,00 9,8 31120,35
Crédito Agrícola Crédito ao Consumo – Taxa Fixa 468 512,62 8,15 10,5 31665,45
Caixa Geral de Depósitos Expresso Multifinalidade 0 523,34 9,00 10,6 31840,27

Protocolo com condições melhoradas

A parceria entre o Unibanco e a PROTESTE Crédito foi celebrada em 2021, permitindo aos subscritores da DECO PROTESTE contratarem crédito pessoal com condições especiais. Fruto de uma negociação entre as duas instituições, as condições deste produto foram recentemente melhoradas.

Neste crédito pessoal, o cliente não paga comissões de análise de processo. Não paga também imposto do selo sobre a utilização de crédito. Este imposto é cobrado pelo Estado e suportado pelos consumidores, mas, neste caso, a instituição de crédito assegura o pagamento.

Apesar de ser um crédito com taxa fixa, não é cobrada igualmente comissão de amortização antecipada, um custo que pode ser apresentado quando o cliente pretende pagar uma parte ou todo o valor em dívida antes do final do prazo contratado. Num crédito pessoal com taxa fixa, as instituições podem cobrar comissões até: 0,5% do valor amortizado, se faltar mais de um ano para terminar o contrato; 0,25%, no último ano. Não existe lugar a pagamento destas comissões em créditos de taxa variável.

Neste produto, existem cinco taxas de juro diferentes. Se o financiamento for de cinco mil euros e o prazo até 36 meses, a TAN será sempre de 5,5%. Para o mesmo montante, mas com prazo entre 42 e 60 meses, a TAN passa para 5,2 por cento. Para créditos com prazo de 24 meses, a TAN é de 6,5% (exceto se o financiamento for de cinco mil euros). Já se o financiamento for superior a 5500 euros e o prazo entre 48 e 60 meses, a TAN é 7,2 por cento. Em todos os restantes casos, a TAN é de 7,5 por cento.

Os subscritores podem solicitar um montante entre cinco mil e 75 mil euros, em múltiplos de 500 euros, e escolher um prazo de reembolso entre 24 e 84 meses.

Arrependeu-se? Pode anular o contrato

Se após a contratação do crédito pessoal se arrepender, pode sempre exercer o direito de revogação. Tem até 14 dias para revogar o contrato, sem ter de invocar qualquer motivo, nem de pagar comissão de amortização. No entanto, tem de devolver, no prazo de 30 dias, o capital financiado acrescido dos juros devidos, desde o dia em que o valor lhe foi disponibilizado, até ao momento da devolução. Esses juros são calculados com base na TAN (taxa anual nominal) e no número de dias que o montante esteve disponível.

Após este prazo, pode, em qualquer momento do contrato, reembolsar antecipadamente o capital financiado. Basta informar a instituição de crédito, por carta ou outro suporte duradouro, com 30 dias de antecedência. Neste caso, o banco já pode cobrar uma comissão pelo reembolso antecipado, conforme explicámos anteriormente.

Poupar no crédito

Além das simulações e de uma análise cuidada das condições oferecidas pelas instituições bancárias, há dicas que o podem levar a poupar no seu crédito pessoal.

  • Não contrate um crédito sem simular as condições em várias instituições. Resista à tentação de seguir pela via mais fácil, que é aceitar a primeira proposta que lhe fazem, porque foi feita pelo gestor do seu banco de sempre, que já trata por “tu”, ou porque um conhecido trabalha em determinada instituição e faz-lhe uma taxa “especial”.
  • Os bancos podem cobrar comissões pela análise e contratação do crédito. Alguns propõem juntar ao valor que solicitou os custos destas comissões, seguros e ainda o imposto do selo sobre a utilização do crédito. Opte por não juntar, pois irá estar a pagar juros sobre esse valor, o que irá encarecer o crédito no total.
  • Escolha o menor prazo que lhe permita ter uma prestação confortável para o seu orçamento mensal. Com um prazo superior terá uma prestação mais baixa, mas estará mais tempo a pagar, o que implica um valor maior de juros pagos.

Cuidados a ter na contratação de crédito pessoal

Para contratar um crédito pessoal, há cuidados que não deve descurar.

  • Atenção às soluções cheias de facilidades oferecidas nas redes sociais. Alegações como "rapidez na resposta" e "concessão de crédito a quem tem incidentes reportados ao Banco de Portugal" são de desconfiar. Tenha cuidado com estes anúncios, uma vez que, regra geral, são feitos por entidades que não estão habilitadas pelo Banco de Portugal para conceder ou intermediar processos de crédito e podem trazer-lhe dissabores.
  • Calcule a sua taxa de esforço antes de pedir um crédito. Some todas as prestações fixas que já tem com a do novo crédito que pretende fazer. Depois, divida pelo seu rendimento mensal líquido e multiplique por 100. A taxa de esforço não deve ser superior a 35 por cento. No atual contexto de subida das taxas de juro é também importante analisar, quando algum dos créditos que detém tiver taxa variável, se as prestações com o aumento das taxas de juro continuam a ser suportáveis.
  • Em caso de dificuldades financeiras, o crédito pessoal pode ser encarado como forma de fazer face a despesas que já não se consegue pagar. Mas, se o seu orçamento já está em esforço, dificilmente conseguirá a aprovação do crédito pessoal. E mais uma prestação só irá piorar o cenário. Tente procurar alternativas. Para valores baixos, se tiver a certeza de que consegue pagar o cartão de crédito na totalidade, pode saldar as compras que faça nos 20 a 50 dias anteriores sem pagar juros. Pondere adiar a compra até ter todo o dinheiro para pagar a pronto. Outra solução é aproveitar campanhas de financiamento sem juros que certas lojas fazem. Se procura o crédito pessoal para pagar outro crédito já contratado, esta não é, definitivamente, a solução. Renegociar com o banco ou consolidar os seus créditos, para ficar a pagar uma única prestação, são as vias mais acertadas.

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Com o aumento do custo de vida e das taxas de juro, contrair um crédito pessoal deve ser uma decisão muito bem ponderada. Caso decida avançar, escolha o melhor produto para si, com a ajuda do simulador online da DECO PROTESTE.

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