Contas-base: custo elevado para a oferta

As contas-base de pouco ou nada valem à maior parte dos clientes bancários: oferecem um número reduzido de serviços por um preço demasiado elevado. Um consumidor paga, em média, 71,04 euros anuais por uma conta-base. É um custo sem justificação, já que há contas à ordem tradicionais mais baratas e até gratuitas. Em média, estas últimas cobram 47,72 euros anualmente pela manutenção (dados de 2016), ou seja, menos 23,32 euros do que as contas-base. Mais: para quem não faz levantamentos ao balcão e movimenta a sua conta através da internet não há vantagens em abrir uma conta-base, uma vez que estes serviços são gratuitos no ActivoBank e no Banco CTT, por exemplo. Podendo domiciliar o vencimento na conta, a benesse dos custos baixos estende-se a outras instituições.
Estas contas incluem apenas serviços básicos - cartão de débito, homebanking, transferências intrabancárias (dentro do mesmo banco) nacionais e possibilidade de efetuar até três levantamentos ao balcão por mês, sem custos adicionais. Em troca, os clientes pagam uma comissão para a qual não há limite estabelecido.
Custos variam muito
Pelo mesmo tipo de conta-base e serviços associados, os bancos cobram diferentes valores. No Banco CTT, a conta-base é gratuita. No Deutsche Bank, os clientes pagam 128 euros por ano (10,74 euros mensais). Trata-se de um valor muito acima do que é praticado pelas restantes instituições. O segundo mais caro, o BPI, cobra 78 euros anuais.
Contas feitas, se, ainda assim, este produto lhe interessar, optar pelo banco dos correios significa poupar 71 euros por ano face à média do mercado nas contas-base.
Não compensa
O cartão de débito é o produto bancário mais interessante incluído no pacote de serviços das contas-base. Mas, mais uma vez, não justifica o preço que os bancos cobram por estas contas. Várias instituições isentam os clientes da devida anuidade, se estes domiciliarem o salário. E mesmo que não isentem, o preço anual destes cartões, em média, é quase sempre inferior ao custo por ano da conta-base mais barata do mercado (excluindo o produto do Banco CTT, que é gratuito). Compare-se: a anuidade média dos cartões de débito neste momento é de 15,17 euros; a conta-base do Banco BIC custa, por ano, 24,96 euros. E há ainda quem ofereça um cartão de débito gratuito, caso do ActivoBank.
Sem possibilidade de fazer transferências interbancárias
As contas-base incluem transferências intrabancárias, mas não para outros bancos. Mais duas características que diminuem a utilidade destes produtos. Na maior parte das instituições, as transferências dentro do mesmo banco também são gratuitas e todos os bancos permitem fazer transferências a custo zero no multibanco.
Única razão para subscrever
Há apenas uma situação em que as contas-base dos bancos CTT e BIC - e apenas estas - constituem as opções mais baratas: se não usa cartão de débito e quer poder fazer até três levantamentos ao balcão por mês. Sublinhe-se que as comissões para efetuar este movimento são, por norma, muito elevadas - rondam, em média, os 5,06 euros por operação.
Instituição | Mensalidade (€) | Custo anual (€) |
---|---|---|
Banco CTT | 0 | 0 |
Banco BIC | 2,08 | 24,96 |
Crédito Agrícola | 5,15 | 61,78 |
CGD | 5,2 | 62,4 |
Santander Totta | 5,51 | 66,12 |
Banco Popular | 5,55 | 66,56 |
Montepio | 5,72 | 68,64 |
Novo Banco | 6,24 | 74,88 |
Millennium Bcp | 6,24 | 74,88 |
BBVA | 6,24 | 74,88 |
Banco BPI | 6,5 | 78 |
Deutsche Bank | 10,74 | 128,92 |