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Crédito à habitação: 10 passos para obter a prestação mais baixa

06 julho 2022
molho de chaves em cima da planta de uma casa e de notas

Na taxa fixa, paga mais pelo “descanso” de saber quanto vai pagar todos os meses. As taxas variáveis voltaram aos valores positivos depois de anos em níveis historicamente baixos.

Taxa fixa ou variável

Na taxa fixa paga mais pelo “descanso” de saber quanto vai pagar todos os meses. As taxas variáveis voltaram aos valores positivos depois de anos em níveis historicamente baixos.

A taxa variável é mais usual nos contratos de crédito à habitação. Regra geral, é indexada à Euribor a 3, 6 ou 12 meses e revista trimestral, semestral ou anualmente, respetivamente.

Se lida mal com as variações da sua prestação, a taxa fixa poderá ser uma opção, mas, pelo menos na fase inicial, estará a pagar mais do que na alternativa variável. As taxas variáveis (indexadas à Euribor), depois de vários anos em níveis historicamente baixos, voltaram a valores positivos e, segundo apontam as previsões, poderão situar-se nos 2%, até ao final do próximo ano. A alteração da conjuntura internacional, com os elevados níveis de inflação e com o conflito militar no leste da Europa, conduziram a esta alteração de tendência.

No entanto, se é totalmente avesso à instabilidade de uma taxa variável e prefere pagar todos os meses exatamente o mesmo valor, saiba que já há vários bancos a disponibilizarem contratos com taxas fixas para diversos prazos e até já é possível contratar por todo o prazo do contrato. Durante esse período, qualquer flutuação da Euribor não se refletirá na prestação, o que poderá ser útil se a taxa disparar repentinamente. Mas, enquanto tal não acontece, está a pagar uma taxa bastante superior à cobrada nos contratos indexados à Euribor. Simulamos uma prestação mensal para dois empréstimos de 200 mil euros a 30 anos. Com taxa fixa, suporta, em cada mês, mais de 112 euros a 160 euros do que pagaria com taxa variável. Ao fim de um ano, terá pago cerca de 1920 euros a mais.

É claro que as contas também podem inverter-se se a Euribor entretanto subir em flecha. E em 20 anos tudo pode acontecer. É possível que, nesse cenário, a prestação com taxa variável acabe por tornar-se mais cara e, aí sim, poderá conseguir uma poupança considerável se tiver um crédito de taxa fixa. Não dispondo de uma bola de cristal que permita adivinhar a evolução da Euribor, opte por taxa fixa se tiver muitas dificuldades em gerir a instabilidade de uma revisão cíclica e pelo maior prazo possível. Para já, a taxa variável ainda é a opção mais em conta, mas sujeita às variações do mercado.

Euribor a 3, 6 ou 12 meses

Os bancos somam o spread a um indexante de referência para calcular a prestação a cobrar aos clientes de crédito a habitação. Indexar o empréstimo à Euribor a 3 meses é uma prática que caiu em desuso nos últimos anos devido à inexistente oferta por parte dos bancos. Não se admire, portanto, se as propostas que lhe apresentarem previrem a indexação à Euribor a 6 meses ou a 12 meses. Isto quer dizer que a taxa sobre a qual incide o cálculo da sua prestação é revista a cada seis ou 12 meses, consoante o prazo escolhido.

Geralmente, as taxas de prazo mais curtas são as mais atrativas. Desde 2015 que a Euribor atingiu valores negativos, sendo que a Primavera de 2022 marcou o regresso a valores positivos nas maturidades a 6 e 12 meses, devendo o mesmo acontecer brevemente na taxa a 3 meses. Tal permitiu manter as prestações em valores muito baixos, nos últimos anos, estando já a ocorrer uma subida, devido à correção das taxas de juro no mercado.