Cartão de crédito: qual é o melhor para viajar?
Gosta de viajar, mas tem dificuldade ou medo de levantar o seu dinheiro em países estrangeiros? Conheça as melhores soluções de cartões de crédito para as viagens.
- Especialista
- Margarida Zacarias
- Editor
- Sofia Frazoa e Filipa Nunes

Um cartão de crédito pode ajudar nos imprevistos do dia-a-dia, mas também ser um bom aliado nas viagens. É provável que utilize mais o cartão para pagar, por exemplo, os bilhetes de avião ou de comboio, o hotel e as refeições. Para não esgotar o plafond, peça ao banco um aumento temporário, válido pelo período acordado.
Antes de viajar, convém também informar o banco da deslocação, uma vez que existem cada vez mais mecanismos de segurança para salvaguardar os consumidores. Se começarem a existir muitos movimentos no estrangeiro, como levantamentos ou pagamentos, podem ser levantados alertas nos sistemas de segurança do banco, que bloqueiam o cartão, impedindo a sua utilização, até que o titular do cartão seja contactado e a veracidade dos movimentos seja confirmada. Até lá, pode ficar privado de utilizar o cartão.
Regra geral, o cartão de crédito é válido por dois, três ou até quatro anos. A data-limite é indicada na frente, com mês e ano. Por exemplo, "válido até: 11/22". Neste caso, o cartão é utilizável até ao último dia de novembro de 2022. A partir do primeiro dia de dezembro é recusado em qualquer operação. Se partir de viagem no final de novembro ou no início de dezembro, confirme junto do banco que receberá o novo cartão a tempo e, caso seja necessário, que o ativa antes de sair do País.
Leve consigo os números da entidade emissora, úteis para pedir o cancelamento do cartão em caso de perda ou de roubo, e da assistência médica ou seguradora que figuram no contrato de adesão. Poderá precisar destes contactos para o repatriamento médico ou ativar um eventual seguro de perda de bagagem.
Acabou o dinheiro que levava no bolso e precisa de mais algum para as pequenas despesas diárias? O melhor é levantar algumas notas numa caixa automática (ATM). Faça-o, preferencialmente, com o cartão de débito, já que tem menos custos do que o de crédito. Fora da zona euro, evite retirar pequenas quantias de cada vez, pois é mais caro. Esta operação implica uma comissão fixa. Quanto mais vezes recorrer à máquina, mais paga. A maioria dos bancos cobra, ainda, uma comissão variável sobre a transação, à qual acresce imposto de selo.
Se, por algum motivo, não puder levantar dinheiro no multibanco, resta-lhe a alternativa mais cara: levantar com o cartão de crédito ao balcão de um banco (cash-advance). Na zona euro e em alguns dos restantes países da União Europeia, os custos são iguais aos cobrados em Portugal. No resto do mundo, são mais elevados e há também que considerar os custos da conversão cambial.
Melhores cartões de crédito para viajantes
Nalguns países, os estabelecimentos comerciais e as caixas automáticas aceitam melhor os cartões Visa do que os Mastercard ou vice-versa. Para obter informações sobre a aceitação do cartão no estrangeiro, pergunte ao seu banco. Pode também consultar os sites das redes Visa, Mastercard e American Express.
Se vai viajar para um país da zona euro, basta fazer o mesmo que em Portugal: leve alguns trocos no bolso para as despesas de rua, como o táxi ou o café, e pague as restantes com o cartão. Os pagamentos com cartão de débito e de crédito não têm custos. Como em Portugal, a exceção são os pagamentos de combustível com cartão de crédito (50 cêntimos) e todas as compras com este cartão que não forem pagas durante os 20 a 50 dias de crédito sem juros.
Se o destino ultrapassa as fronteiras do euro, reserve algum tempo para os preparativos. Para países com uma boa rede de caixas automáticas, como a Inglaterra, os Estados Unidos da América ou mesmo o Brasil, compre alguma moeda local antes de partir para as despesas de primeira necessidade. Em regra, compensa dirigir-se às agências de câmbio em Portugal para trocar moeda. A maioria não cobra comissões, vende-a mais barata do que os bancos e disponibiliza um leque alargado de divisas no próprio dia ou, o mais tardar, no dia seguinte. Têm, contudo, um inconveniente: localizadas junto a grandes centros urbanos, estão inacessíveis a uma boa parte da população. Se não tem nenhuma nas redondezas, troque dinheiro no seu banco, por débito em conta (só para clientes). Costuma ser mais barato do que em numerário.
O melhor cartão de crédito é o que tiver as condições mais vantajosas, como o valor da anuidade mais baixo e as taxas de juro mais baixas. Para quem viaja com frequência, a oferta de milhas pode ser uma característica interessante. Veja, no simulador de cartões de crédito, qual é o melhor.
Pagar através das apps
Em alternativa, e para quem está mais familiarizado com as novas tecnologias, pode ainda utilizar os bancos digitais. Estes funcionam com as aplicações para smartphones, que permitem efetuar pagamentos e levantamentos no estrangeiro. Como exemplo de bancos digitais, encontra o Revolut, N26, Monese e TransferWise. Tendencialmente, e apesar de alguns limites, oferecem muitas operações isentas de comissões ou com valores mais baixos e taxas de câmbio inferiores.
Para quem não se sente tão à vontade com estas aplicações, o melhor é pagar o resto com os cartões de débito e crédito. Apesar de terem custos, são mais cómodos e seguros do que levar os bolsos recheados de dinheiro ou de cheques de viagem (travellers cheques). Se tiver de levantar dinheiro, use o cartão de débito e evite retirar pequenas quantias de cada vez. Como a operação está sujeita a uma comissão fixa, quanto mais vezes recorrer à máquina, mais paga. Antes de partir, consulte o site das redes Visa e Mastercard para conhecer a localização exata das caixas automáticas em mais de 160 países por todo o mundo.
Em certas regiões menos desenvolvidas de África ou da Ásia ou em zonas menos urbanas, por exemplo, pode ter dificuldade em levantar dinheiro, por existirem poucas caixas automáticas ou não serem compatíveis com a rede do seu cartão. Neste caso, é melhor precaver-se e levar algum dinheiro. Evite trocar dinheiro em zonas mais turísticas como hotéis, já que as comissões de câmbio cobradas costumam ser mais elevadas. Levar cartões de redes diferentes (Visa e Mastercard, por exemplo) também ajuda a garantir que consegue utilizá-los.
Para países com uma fraca rede de ATM, também pode levar cheques de viagem (travellers cheques). O custo é superior ao de comprar moeda, devido ao peso das comissões e ao câmbio menos favorável, mas são bastante mais seguros. Estão a cair em desuso por serem menos práticos do que os cartões, por isso deve confirmar se os consegue utilizar com facilidade no país de destino. Se optar por esta via, guarde-os nos cofres que a maioria dos hotéis disponibiliza. Faça, desde logo, uma primeira assinatura no canto superior esquerdo para dificultar o uso por terceiros e a segunda apenas no ato de pagamento. Anote os respetivos números e dê baixa dos que usar. Tenha também o contacto da entidade emissora. Se perder algum, é mais fácil cancelar. Informe-se sobre os locais onde pode trocar dinheiro com segurança.
O que são cartões de crédito com milhas aéreas?
Alguns cartões de crédito dão milhas aéreas como benefício cada vez que os utilizar para fazer compras. Quando for viajar, poderá gastar as milhas acumuladas, trocando-as por viagens aéreas.
Muitos cartões de crédito também incluem seguro para indemnizá-lo das despesas com produtos de primeira necessidade, caso as bagagens cheguem com atraso. Para tal, a viagem tem de ser paga com o cartão. Se ficar doente ou ferido, nalguns casos, pode beneficiar de assistência médica e repatriamento. Para conhecer as condições e respetivas exclusões, consulte o contrato de adesão.
Quando fizer um pagamento, certifique-se de que o cartão é passado num único equipamento, para não ser clonado. Se lhe pedirem para repetir a operação, faça-o apenas se o terminal apresentar uma mensagem em como a anterior foi anulada. Exija um comprovativo.
Caso venha a perder o cartão, este se extraviar ou lhe for roubado, contacte de imediato a entidade emissora (Unicre: 00 351 213 159 856), a SIBS, Sociedade Interbancária de Serviços (00 351 217 918 780) ou o banco. Alguns bancos permitem bloquear os cartões nas suas aplicações. Assim, se perder o cartão e não o conseguir cancelar no imediato, pode bloqueá-lo, impedindo que seja utilizado. Se, entretanto, encontrar o cartão, pode desbloqueá-lo da mesma forma, caso não tenha mesmo de cancelá-lo. Para facilitar, tenha à mão o número do seu cartão e o da conta que lhe está associada, bem como o nome da entidade emissora. Avise também as autoridades e peça uma prova desta participação. Alguns emissores exigem-na para acionar o seguro do cartão.
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