Combustíveis: preços de referência ainda pouco úteis

A publicação dos preços de referência dos combustíveis é uma iniciativa interessante, por aumentar a transparência no setor. Mas, por serem valores grossistas, a sua utilidade é ainda muito limitada.

Contudo, os valores publicados referem-se ao custo dos combustíveis à saída do depósito de armazenagem ou da estação de enchimento, no caso do gás. O consumidor ainda pagará mais algumas parcelas. Deste modo, torna-se difícil a utilização prática deste preço de referência.
Na verdade, a metodologia de cálculo e a apresentação destes valores ainda vão ser objeto de apreciação pelo conselho nacional de combustíveis. Este conselho reúne várias entidades representativas dos interesses do setor, onde se inclui a DECO. Por esta razão, tudo faremos para que uma ideia boa na sua génese se traduza numa mais-valia para os consumidores. Para tal, é essencial que o preço de referência se aproxime do valor realmente pago.

Vejamos o exemplo do gás butano. Com base no valor de referência semanal apresentado, verificamos que uma garrafa de 13 kg fica por € 9,45 à saída do local de enchimento (€ 0,727 x 13 kg). Uma vez que o preço médio no último semestre ronda os € 25, existe uma diferença de 15,55 euros. Independentemente do aperfeiçoamento que vier a ocorrer nas fórmulas de cálculo e na apresentação dos valores de referência, uma diferença tão significativa requer uma explicação por parte dos agentes do mercado.