Greenwashing: "Mais do que enganar os consumidores, mina a confiança"
As alegações e os rótulos verdes sem fundamento – o chamado greenwashing – visam conquistar o consumidor preocupado com a ecologia. Como distinguir as marcas genuinamente comprometidas com o ambiente? Debate em mais um episódio do podcast POD Pensar, moderado por Aurélio Gomes.
- Editor
- Maria João Amorim

Rótulos como "eco", "renovável", "biodegradável" e "amigo do ambiente", entre outros, não são necessariamente indicadores de que determinado produto é bom para o planeta ou que tem um baixo impacto ambiental.
Mas, para este tipo de marketing, “verde” (tantas vezes entre aspas) é sinónimo de responsabilidade para com o ambiente, logo… vende. Como combater este dissimulado esforço pela sustentabilidade? E o que se pretende verdadeiramente com esta estratégia verde de fachada?
Estamos perante o cúmulo da hipocrisia ecológica?
Foi o que Aurélio Gomes perguntou, em mais um episódio do podcast POD Pensar, a Sofia Ribeiro, doutoranda do programa doutoral em Alterações Climáticas, no Instituto de Ciências Sociais, a Carlos Melo Brito, professor da Universidade do Porto – Faculdade de Economia – e da Porto Business School, e doutorado em Marketing, e ainda a Elsa Agante, responsável pela área de energia e sustentabilidade da DECO PROTESTE, e doutorada em Engenharia do Ambiente e Energia pelo Imperial College of London.
O greenwashing é uma ameaça ao combate às alterações climáticas?
O caminho para a sustentabilidade e o combate às alterações climáticas não se trilha, seguramente, à custa de falsas promessas ecológicas, sublinharam os três convidados. Mas, como resumiu, Carlos Melo Brito, o perigo maior do greenwashing, "mais do que enganar os consumidores, é minar a confiança".
Daí que todos concordem que é urgente uma melhor regulamentação e implementar um controlo mais eficaz no que diz respeito às alegações ambientais presentes nos produtos.
Serão esses os objetivos das novas regras da Comissão Europeia ainda em discussão e que pretendem assegurar que os comerciantes não induzem os consumidores em erro sobre os impactos ambientais e sociais, a durabilidade e a reparabilidade dos produtos. Visam também proibir afirmações vagas, em que a validade ambiental não possa ser demonstrada ("eco", "verde", etc.), alegações ambientais sobre o produto na sua totalidade, quando estas só dizem respeito a partes, ou, até, interditar certos rótulos ambientais, entre outros.
Estaremos atentos a estas práticas e denunciá-las-emos sempre que as detetemos. Saiba mais e explore todos os conteúdos da DECO PROTESTE sobre sustentabilidade.
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