Embalagem a mais: exija fora da caixa e junte-se à nossa ação
Portugueses levam para casa mais de 1050 toneladas de embalagens desnecessárias. Em www.exijoforadacaixa.pt, apoie a nossa campanha contra a embalagem a mais nos produtos.
- Especialista
- Elsa Agante e Fábio Aparício
- Editor
- Ricardo Nabais e Filipa Nunes

Quantas vezes já se perguntou “mas para quê tudo isto”? Ao chegar ao supermercado, porque é que uma pasta de dentes, já protegida por uma embalagem de plástico, tem de vir arrumada numa segunda embalagem de cartão? Em Portugal, e em muitos países, algumas marcas já abandonaram este expediente inútil e colocaram as pastas de dentes à venda sem a embalagem de cartão extra a encerrá-las. Algumas marcas já reduziram a quantidade de embalagem nos produtos onde isso é possível, sem que a qualidade ou conservação do produto seja posta em causa.
Junte-se à nossa ação e denuncie excesso de embalagem
Pesámos as embalagens desnecessárias de um cabaz com 13 produtos das principais categorias que compramos habitualmente, como conservas, molhos, frutas e legumes, chá, pasta de dentes, desodorizante, eletrónica e livros, entre outros. Se todas as famílias portuguesas comprarem um cabaz semelhante pelo menos uma vez, serão geradas 1050 toneladas de embalagens desnecessárias. Este lixo equivale ao peso de 175 elefantes, e 86% destas embalagens são papel/cartão.
Em cinco meses, mais de 1900 consumidores registaram‑se na nossa ação para denunciar embalagem em excesso nos produtos. Alguns já enviaram exemplos. Vamos levar esta reivindicação ao Governo e trabalhar com as marcas para reduzir as embalagens desnecessárias. Não queremos embalagem a mais em produtos como frutas e legumes frescos, iogurtes sólidos, molhos em garrafa, livros, dispositivos eletrónicos, entre muitos outros. Para isso, contamos com a sua ajuda: quando for às compras, sempre que vir um exemplo de um produto com embalagem a mais, fotografe-o e partilhe a imagem na página da ação. Analisaremos o produto e, se for um caso de sobre-embalagem, vamos incluí-lo na nossa lista e contactar a marca.
A redução de embalagens traz várias vantagens para diminuir o impacto ambiental: diminui-se a quantidade de recursos naturais utilizados, de peso transportado e de resíduos gerados, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e ecossistemas. A redução do volume associado a cada produto pode levar também a reduções ao nível dos transportes associados com as entregas e reduções de espaço necessário para armazenamento e exposição. Isso pode traduzir-se numa redução dos custos de um produto, o que poderá também levar à descida do preço de venda aos consumidores.
Consumidores denunciam excesso de embalagem
Recebemos 83 denúncias de produtos que os consumidores consideravam terem excesso de embalagem, e incluímos 18 exemplos na nossa campanha.
A maior parte das marcas opta por esta solução por uma questão de marketing – para fazer sobressair o produto da concorrência – ou, alegadamente, para maior proteção dos produtos. Mas, em muitos casos, seria dispensável este festival de invólucros, que até podem dificultar a reciclagem: quando dois materiais diferentes se juntam, como o papel e o plástico, pode não ser fácil separá‑los.
Há que dizer que em determinados casos, como os de produtos alimentares, há exceções importantes à regra. Ou seja, não é apenas por marketing ou para embelezar o produto, tornando‑o mais atraente, que se procede assim. Alguns alimentos podem requerer mais do que uma embalagem, ou dois tipos de materiais para os envolver, de modo a garantir a sua qualidade – em suma, por motivos de segurança alimentar ou para preservar a saúde dos consumidores. Esses, claro está, ficam de fora do nosso raio de ação.
Abaixo temos quatro exemplos de produtos com sobre-embalagem denunciados pelos consumidores.
Uma garrafa de vinho em caixa de cartão: o vidro da garrafa é suficiente para o acondicionar em segurança.
Como vamos reduzir as embalagens desnecessárias?
- Vamos trabalhar com as marcas para que otimizem a forma como incluem a informação obrigatória do seu produto, utilizando apenas a embalagem primária ou rótulos desdobráveis, por exemplo.
- Sempre que possível, vamos exigir que se elimine o embalamento de frutas e vegetais frescos, para diminuir os resíduos e evitar o desperdício.
- A venda de produtos em embalagens grupadas ou "multipack", como iogurtes ou bebidas, deve recorrer a processos de ligação mínima entre cada embalagem individual e, de preferência, sem plástico ou cartão.
- Queremos a eliminação de embalagens secundárias em produtos em que isso não representa qualquer valor acrescentado.
- Pretendemos também banir progressivamente as embalagens constituídas por vários materiais ou por materiais compostos por embalagens constituídas por apenas um material e totalmente recicláveis.
- O ecodesign deve ser colocado em prática. Ou seja, a embalagem deve cumprir as normas de ecodesign definidas para cada tipologia de produto, sem que haja utilização ou conjugação de materiais que tenham impacto na triagem e na reciclagem.
- A embalagem deve ser proporcional à quantidade ou volume de produto embalado, exceto nas situações em que seja necessária para a conservação do produto (certos produtos alimentares, entre outros).
- A venda a granel de produtos sem necessidades especiais de conservação deve ser estimulada.
- Queremos promover a reutilização de embalagens secundárias e terciárias, ao nível do transporte e armazenamento, que não sejam possíveis de eliminar.
- Devem ainda definir-se limites mínimos para incorporação de material reciclado nas embalagens.
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