Dicas

Como escolher um bom colchão de molas

Os colchões de molas têm boa elasticidade, são relativamente leves e bem ventilados. Os colchões de molas ensacadas são os mais populares atualmente. Saiba como escolher o melhor modelo.

Homem e mulher deitados num colchão de exposição numa loja

iStock

Até à primeira metade do século XX, os colchões eram apenas um invólucro com fibras naturais no interior, como palha, algodão, lã ou crina de cavalo. Todas as manhãs, o colchão tinha de ser sacudido e virado. Depois, o típico colchão com um núcleo de molas internas e revestimento de algodão começou a ser vendido na América do Norte.

O que há num colchão de molas?

Quando falamos de um colchão de molas, estamos a referir-nos à constituição do seu núcleo interno. O núcleo é a secção central, que fornece o suporte para que fiquemos adequadamente deitados sobre o colchão.

A construção dos colchões mais simples resume-se ao núcleo de molas e às camadas de revestimento superior e inferior, constituídas por espumas e tecidos. O revestimento proporciona suavidade, permeabilidade, absorção de humidade, conforto térmico e resistência suficiente para evitar que as extremidades das molas se façam sentir.

Nos colchões modernos, são colocadas várias camadas, de diferentes materiais, entre os tecidos do revestimento externo e o núcleo de molas. Tal proporciona maior isolamento e conforto, e faz com que os colchões sejam, atualmente, cada vez mais altos e mais espessos.

Como é uma tendência em crescimento por parte dos fabricantes, os consumidores devem saber que colchões mais altos são mais caros, mas não necessariamente melhores. A principal propriedade de um colchão é o suporte do corpo fornecido pelo núcleo. As camadas adicionais podem aumentar a sensação de suavidade do colchão, mas também impedir a adequada adaptabilidade ao corpo.

Tipos de colchões de molas

Existem quatro tipos de colchões de molas, considerando o género de molas e a forma como estão ligadas entre si.

  • Molas Bonnell: são o tipo mais antigo de molas e ainda hoje prevalecem em colchões simples e de preço acessível. As molas são produzidas com fios de aço que, enrolados, ficam com uma estrutura bicónica. São unidas entre si por um arame helicoidal e fixadas a um aro metálico. Nestes colchões, quem dorme acompanhado pode sentir mais os movimentos do parceiro e, normalmente, a superfície ressalta mais do que noutros colchões.
  • Molas offset: são molas semelhantes às anteriores, mas com as extremidades planas e sem o formato bicónico. Os colchões com este tipo de molas adaptam-se melhor à forma do corpo e fazem menos ruído durante os movimentos. Estes colchões são produzidos com o objetivo de serem robustos, duráveis, silenciosos e proporcionarem um bom suporte do corpo, mas não são fáceis de encontrar à venda.
  • Molas de fio contínuo: as molas são formadas a partir de um único fio de arame para criar todo o núcleo de sustentação. Embora o fio seja fino, possui elevada densidade, requerendo uma tecnologia que poucos fabricantes possuem. Até ao surgimento dos colchões de molas ensacadas, os modelos de molas contínuas foram os preferidos dos consumidores que procuravam alternativas às molas Bonnell.
  • Molas ensacadas: nestes colchões, as molas são encerradas individualmente em invólucros de tecido que estão ligados entre si. O núcleo assim formado é rodeado por dois aros metálicos e por camadas de espuma nas partes superior e inferior e nas laterais. Como as molas estão separadas, funcionam de forma independente, não afetando as vizinhas. Estes colchões são muito populares atualmente. Existe ainda um novo tipo de mola, mais curta (micro-mola), que permite fazer duas camadas de molas, uma em cima da outra, ou um núcleo híbrido, metade espuma e metade micro-molas.

Prós e contras de colchões de molas

Quer saber quais são as vantagens e as desvantagens dos colchões de molas? Veja a opinião dos especialistas da DECO PROTESTE.

Vantagens

  • A oferta de modelos é bastante grande, com versões que vão desde colchões simples e baratos, até propostas muito sofisticadas. Mesmo quem procura o conforto da espuma viscoelástica pode optar por modelos com núcleo de molas que possuem camadas desta espuma. Existe praticamente uma opção para todos os gostos e orçamentos.
  • O núcleo de molas deixa espaço a um bom volume de ar, evitando-se assim a concentração de calor e humidade nas camadas adjacentes. Por isso, são uma boa opção para os mais acalorados.
  • São flexíveis e proporcionam a sensação clássica durante o sono a que muitas pessoas estão acostumadas.
  • Os modelos mais avançados têm zonas diferenciadas para se adaptarem às condições biomecânicas. Tal é possível combinando molas com diferentes tipos de resposta em cada zona.
  • Têm boa elasticidade, o que facilita a mudança de posição durante o sono e uma resposta de afundamento gradual para todos.
  • No geral, são relativamente leves, facilitando o trabalho de os virar regularmente.

Desvantagens

  • Alguns modelos são muito altos e têm muitas camadas, o que os torna bastante pesados. Tal pode dificultar o seu manuseio sem ajuda.
  • Não são os melhores a isolar o movimento (exceto os de molas ensacadas), o que pode ser uma desvantagem para quem partilha a cama. Pode notar-se uma transferência significativa de movimento de um lado da cama para o outro, pelo que, se tem sono leve, recomendamos comprar um colchão que tenha classificação máxima nos ensaios de estabilidade.
  • Não são recomendados para pessoas com alergia aos ácaros, porque estes podem alojar-se no núcleo do colchão, onde é impossível chegar para limpar.

Para quem recomendamos os colchões de molas?

Os colchões de molas são muito versáteis e adequam-se a pessoas com diferentes hábitos de sono. No entanto, quem se volta muito durante o sono geralmente retira maiores benefícios destes colchões, porque a construção mais responsiva e com menos afundamento facilita a mudança de posição. Por este motivo, são também ideais para pessoas com problemas de mobilidade, sobretudo para os cuidadores. Quem se costuma queixar de calor durante o sono também tem a ganhar com os colchões de molas, que em geral proporcionam noites mais frescas.

Os colchões que a DECO PROTESTE testa são submetidos a uma série de provas. No teste de suporte corporal, é avaliada a adaptabilidade do colchão, ou seja, o suporte oferecido ao utilizador independentemente da sua corpulência ou posição de dormir favorita. Os colchões têm também de passar por um teste de durabilidade, que reproduz uma utilização entre oito e dez anos, após o qual é realizado novamente o teste de suporte do corpo. Os melhores colchões fornecem o mesmo suporte que tinham quando novos.

Um bom colchão é mais do que apenas suporte e durabilidade: conforto térmico, evacuação da transpiração, elasticidade, distribuição de pressão, estabilidade, entre outros parâmetros, são também avaliados. No nosso comparador, pode confrontar entre dezenas de colchões e escolher o melhor modelo para si. Filtre os modelos pelos critérios que mais lhe convêm e compare até cinco produtos ao mesmo tempo. Compare também a sua seleção com as recomendações, sobretudo as Escolhas Acertadas, para garantir que escolhe o modelo com melhor relação entre a qualidade e o preço. E não se esqueça: antes de comprar, experimente o colchão numa loja física.

ESCOLHA O COLCHÃO CERTO PARA SI

Perguntas frequentes sobre colchões de molas

Quanto custa um colchão de molas?

Os preços de colchões de casal (160 x 200 cm) de molas Bonnell iniciam nos 200 euros. Comprar um colchão com estas características custa, em média, 350 euros. Colchões de casal de molas contínuas e de molas ensacadas custam, em média, 700 euros.

Os preços dos diferentes tipos de colchões de molas variam muito, consoante o modelo e a loja. Antes de comprar, consulte o comparador e faça a melhor escolha.

Quanto tempo dura um bom colchão de molas?

De acordo com os exigentes testes a que são submetidos os colchões, que usam um rolo de 140 kg em 30 mil movimentos de vai-vem, deve durar entre oito e dez anos. No final deste período, toda a estrutura deve continuar a suportar o corpo de forma correta. Para seu conforto e saúde, não durma em colchões velhos, desnivelados, deformados ou nos quais sinta as molas. Quando chegar a altura de mudar, desfaça-se do colchão velho de forma responsável.

Quantas molas há num colchão?

Os colchões de molas podem ter entre 200 e 600 molas por metro quadrado. Menos de 200 molas por metro quadrado não é conveniente.

Muitas vezes, os fabricantes anunciam a quantidade de molas dentro do colchão como uma alegação de marketing, mas um modelo com mais molas não é necessariamente melhor do que um com menos. Confira os resultados dos testes.

Qual é a melhor base para um colchão de molas?

Durante muitos anos, as bases mais usadas eram placas de contraplacado, mais firmes. Hoje, os estrados de ripas, mais flexíveis e com melhor ventilação, são os mais usados. Apenas deve ter o cuidado de não colocar um colchão de molas ensacadas num estrado de ripas qualquer, pois a separação entre as ripas pode ser muito grande para as molas independentes. Devido ao formato encurvado das ripas, o colchão de molas ensacadas funciona melhor num estrado de madeira.

Também não deve colocar um colchão de molas em bases articuladas, com exceção de alguns modelos especiais de molas ensacadas.

Um colchão de molas é melhor do que um de espuma viscoelástica?

Os dois tipos de colchão são distintos e ambos têm vantagens e desvantagens. Desde logo, as molas num colchão encontram-se no núcleo, enquanto a espuma viscoelástica é usada apenas para a camada superior, colocada sobre qualquer tipo de núcleo, que pode ser de espuma, molas ou látex (exceto nos colchões de espuma Tempur®).

A escolha do melhor colchão para si depende inteiramente das suas necessidades, características e preferências. O importante é que o seu colchão ofereça um bom suporte ao seu corpo, adaptando-se à forma natural da coluna e garantindo-lhe uma boa noite de sono, sentindo-se recuperado no dia seguinte.

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