Janelas eficientes ajudam a poupar eletricidade
As janelas eficientes têm impacto direto na fatura energética e na pegada ambiental, proporcionam mais conforto e ajudam a valorizar a casa. Saiba como escolher o tipo de janela.
- Especialista
- Susana Rodrigues
- Editor
- Sofia Frazoa , Ana Rita Costa e Alda Mota

Em Portugal, muitos edifícios, sobretudo os mais antigos, apresentam problemas de isolamento térmico. Deficiências ao nível da construção, como o uso de janelas de má qualidade, levam a que grande parte da energia utilizada para climatizar a habitação se dissipe facilmente para o exterior.
Luz e ar fresco a entrarem pelas janelas criam ambientes de conforto. Mas as janelas também podem representar constantes transferências indesejadas e não controladas de energia entre o interior e o exterior da casa. É o caso da maior parte das janelas em Portugal, em vidro simples e de fraca qualidade. A sua substituição por janelas com vidro duplo e caixilhos eficientes traz ganhos de conforto térmico e acústico imediatos, ajudando também a limitar as infiltrações de ar.
Optar por janelas eficientes, com maior resistência térmica, leva a que as trocas de calor com o exterior diminuam. Estas características permitem manter o interior com temperaturas mais confortáveis, levando a uma diminuição das necessidades de energia para aquecer ou arrefecer as divisões. Desta forma, consegue-se diminuir a utilização de equipamentos para climatização, o que se traduzirá numa redução do consumo e respetiva fatura de energia. Ao reduzir este consumo, reduzem-se também as emissões de CO2 associadas à utilização do edifício, o que é menos prejudicial para o ambiente.
Contudo, esta renovação pode representar um investimento avultado. Assim, caso não possa, ou não consiga, fazê-lo, há pequenos truques que podem ajudar a mitigar um pouco a ineficiência das janelas e a melhorar o conforto térmico da sua casa. Por exemplo, se o sistema de abertura assim o permitir, poderá isolá-las melhor colocando fitas de isolamento no perímetro da janela. Seguindo o mesmo princípio, também é possível reforçar o isolamento térmico das caixas de estore, se estas o permitirem, através da colocação, no seu interior, de materiais isolantes como a lã de rocha, o EPS ou o XPS, por exemplo. Procure também ter as ferragens da janela devidamente afinadas.
Profissionais fazem diagnóstico das janelas instaladas
Peça o conselho de um profissional especializado. Através de um diagnóstico às condições de exposição solar e às janelas instaladas, o profissional avalia a necessidade de vidros diferenciados, entre outros pormenores técnicos, como, por exemplo, uma caixilharia mais estanque ou dispositivos de proteção solar adequados. Peça também as características técnicas da janela, que vêm com a marcação CE, que permitem comparar janelas de vários materiais e tipologias. Apesar de ainda não ser obrigatório, muitos fabricantes já disponibilizam a etiqueta energética. Assim, ao pedir orçamentos, pergunte também pela etiqueta energética de cada janela e utilize-a para comparar os níveis de desempenho energético de cada solução.
Para a instalação, escolha alguém que saiba o que está a fazer. Pesquise por empresas que cumpram a marcação CE e que tenham aderido à etiqueta energética (pode ver no site Classe+), ou procure associações e peça informações sobre os respetivos associados. Pode ainda visitar o nosso site DECO PROTESTE SELECT e escolher empresas ou profissionais validados por nós.
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Como escolher uma janela eficiente
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Para continuar a ler, basta entrar no site ou criar uma conta (disponível para subscritores e não-subscritores).Uma janela eficiente contribui para aumentar o isolamento térmico e acústico das casas. Além disso, as janelas devem ainda contribuir para uma correta ventilação dos espaços. Quanto maior a sua resistência térmica, melhor. Assim, são menos permeáveis à passagem de calor e não existem tantas perdas para o exterior, sobretudo no inverno, altura em que gastamos mais energia para aquecer a casa. O mesmo acontece no verão: janelas mais eficientes limitam a passagem de calor do exterior para o interior, ajudando a evitar o sobreaquecimento dos espaços. Na hora de escolher, há vários fatores a ter em conta. Na imagem, enumerámos os critérios a analisar antes de escolher as janelas.
1. Segurança
Em pisos térreos e moradias, há que reforçar perfis e ferragens (com mais pontos de fecho, mais resistência, etc.) e aplicar vidros laminados.
2. Perfil ou caixilho
Um bom vidro num mau caixilho terá um resultado ineficiente. Existem perfis em vários materiais, como alumínio, madeira, aço ou PVC.
Os caixilhos de madeira produzem janelas com elevados níveis de desempenho energético que, com uma manutenção cuidada, podem durar muito.
Os de alumínio, mais leves e sem exigirem grande tratamento, ainda são os mais usados em Portugal. Pouco estéticos no passado, os acabamentos têm agora mais opções, algumas a imitar madeira e com um rol muito variado de cores. O alumínio é um material muito condutor e, por isso, estas janelas são energeticamente pouco eficientes por permitirem a transmissão de energia entre o interior e o exterior da divisão (sobretudo as “séries frias”, ou seja, as janelas que não têm corte ou rutura térmica). Para resolver este problema, os fabricantes introduziram uma película de poliamida entre a parte externa e a interna do caixilho para bloquear o calor. São os chamados caixilhos de corte ou rutura térmica (também conhecidos por “séries quentes”).
Os caixilhos de PVC, que é um plástico com boa rigidez, são estáveis e pouco sujeitos a dilatações. Proporcionam bom isolamento térmico e acústico. Os seus níveis de desempenho energético podem até ser superiores aos da caixilharia de madeira se o seu interior for composto por várias câmaras de isolamento. Se não prescinde de um acabamento em madeira no interior, opte por modelos híbridos. A madeira é combinada com alumínio ou PVC no exterior. No entanto, o PVC em cor branca tem garantias superiores às dos perfis com cor.
Antes de decidir, confira com o vendedor ou na etiqueta energética o coeficiente de transmissão térmica do caixilho, ou seja, a quantidade de energia que atravessa o perfil e que é indicada por um valor Uf. Quanto menor, maior será a sua resistência térmica e, portanto, mais isolante será.
3. Ferragens
Devem ser escolhidas com base no tipo de abertura da janela, no material do perfil, no peso do vidro e no nível de segurança desejado. Prefira marcas bem representadas no mercado, para facilitar o acesso a peças de substituição e a técnicos habilitados na reparação.
4. Vidro simples, duplo ou triplo
Os vidros simples são compostos por uma folha de vidro. Pelo facto de apresentarem níveis de isolamento térmico mais reduzidos do que, por exemplo, janelas de vidro duplo ou triplo, não devem ser utilizados quando se procura otimizar o desempenho energético da habitação, uma vez que são mais permeáveis à passagem do calor. Da mesma forma, quando comparados com soluções de vidro duplo ou triplo, apresentam um pior desempenho em termos de isolamento acústico.
Os vidros duplos recorrem a duas folhas de vidro separadas por uma camada de ar seco ou gases raros, que serve de isolamento térmico e reforça o isolamento acústico. O isolamento acústico também pode ser otimizado se a espessura do vidro exterior for diferente da do vidro interior. O separador dos dois vidros é geralmente feito de metal, mas deve-se usar um separador não-metálico (chamado "warm edge") em situações em que existam variações térmicas significativas.
Os vidros duplos podem apresentar tratamentos superficiais que potenciam algumas particularidades. Por exemplo, podem ter uma capa que reduz a passagem de energia do interior da divisão para o exterior (vidro baixo-emissivo), que aumenta a capacidade de a divisão, no inverno, conservar o calor no seu interior. Em sentido inverso, podem apresentar uma capa de controlo solar e que reflete uma parte muito significativa da energia solar incidente. Assim, reduzem-se os ganhos energéticos da divisão resultantes da exposição ao sol, algo que é muito útil no verão. Os vidros duplos podem também conter vidros laminados, quando existem requisitos específicos de segurança ou de isolamento acústico. Todas estas opções podem ser combinadas entre si.
Os vidros triplos são em tudo semelhantes aos duplos, com a diferença de apresentarem três planos de vidros separados por uma caixa-de-ar ou de gases raros.
5. Ruído
A atenuação depende do material do perfil, do tipo de vidro, das ferragens e da forma de abertura. É indicado através de um número Rw: quanto mais elevado, maior a atenuação. Os números entre parêntesis indicam a correção para ruídos de média e alta frequência, como os das cidades (C), e de baixa frequência (Ctr), como os do tráfego. Por norma, janelas de bater (oscilobatente, osciloparalela ou elevadora-corredora) são mais isolantes. Nos vidros, as melhores opções são os laminados e os duplos ou triplos com chapas de diferentes espessuras.
Tipo de abertura da janela
Tem impacto na eficiência energética, permeabilidade ao ar e à chuva e atenuação do ruído. Oscilobatentes, elevadoras-corredoras e osciloparalelas são as mais eficientes. Prefira as oscilobatentes, pois oferecem melhor isolamento. Se não for possível por limitações técnicas ou de espaço, escolha uma osciloparalela ou elevadora-corredora. As de correr são a pior opção e devem ser evitadas a todo o custo.
Peça a garantia das janelas por escrito
Antes de comprar as janelas, certifique-se de que estas cumprem as regras de qualidade exigidas pela União Europeia, que têm garantia e que lhe é passada uma fatura.
A marcação CE é obrigatória nas janelas e é realizada pelo fabricante. Desta forma, este compromete-se a assegurar que as janelas cumprem requisitos de resistência mecânica, estabilidade, segurança, acessibilidade de utilização, proteção contra o ruído, economia de energia e isolamento térmico, entre outros. O fabricante deve ainda fornecer sempre uma cópia do certificado de marcação CE e a respetiva informação técnica.
As janelas não estão abrangidas pela etiqueta energética obrigatória. No entanto, os fabricantes podem aderir ao sistema de etiquetagem voluntário, o CLASSE+, disponibilizando aos consumidores mais uma fonte de informação, que serve como um instrumento de apoio à comparação e escolha das soluções mais eficientes.
A etiqueta energética não é obrigatória, mas ajuda a comparar as janelas.
Por norma, a garantia legal para a instalação das janelas é de cinco anos. O prazo global dado pelo fabricante corresponde ao somatório dos prazos aplicados a cada componente (perfil, vidro, ferragens e acessórios) e nunca deve ser inferior a dois anos. Em todo o caso, tente obter um documento escrito com os prazos concedidos pelo fornecedor quer para a instalação, quer para o material instalado.
Peça sempre orçamento e fatura que tenham indicado o IVA para cada parcela. A taxa de IVA aplicada varia consoante se trate do material ou da mão-de-obra. Se lhe for apresentado um valor global, questione o fornecedor sobre que taxa está a considerar e peça um eventual ajuste. Desconfie de orçamentos muito abaixo da concorrência e solicite sempre mais do que um.
Se, mesmo assim, surgirem problemas, reclame primeiro junto da empresa e siga depois para as entidades competentes: uma associação da área, a ASAE ou a nossa plataforma Reclamar.