Automóveis: queremos modelos mais seguros para todos

As imagens que se seguem impressionam os mais sensíveis. É a primeira reportagem no epicentro dos testes de colisão com um automóvel à venda na Colômbia e no Brasil. Vítima: Renault Duster, como lhe chamam no outro lado do Atlântico, Dacia Duster na Europa.
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Depois de 48 horas a conhecer as novidades e as estreias mundiais do salão de Frankfurt, viajámos 380 km até Landsberg am Lech, na Alemanha, para ver pela primeira vez um teste de colisão ao vivo e a cores.
O teste não é uma novidade para a nossa equipa. De facto, todos os anos, destacamos os automóveis mais seguros e os vencedores de cada classe com desempenho exemplar. Testamos a segurança através do Euro NCAP e Latin NCAP, respetivamente Programas de Avaliação de Carros Novos para a Europa e América Latina. Estes realizam os testes de colisão, sob a égide da International Consumer Research and Testing, da qual somos parceiros desde o primeiro dia. Mas, ao vivo e com direito a tudo, foi a primeira vez que participámos num crash test a acompanhar os nossos parceiros, em prol da segurança na América Latina.


Aviso à navegação: depois de ler o trabalho dos nossos enviados especiais, nunca mais vai olhar para o seu carro da mesma maneira. O cheiro pesado do laboratório mete medo. O perfume do aço, das fibras expostas e da chapa quebrada, os sons do impacto de cada colisão, a força para abrir as portas a ferro e fogo marcam esta viagem ao centro de testes. É imediato: o som da batida frontal invade-nos o cérebro e bloqueia o movimento. Seguem-se minutos de um ziguezague silencioso, enquanto vemos o filme das vidas que se podem salvar ou perder em menos de um segundo.
Enquanto dominam os ecos daquele estrondo, ninguém se mexe, nem abandona o perímetro de segurança. Conseguimos registar os impactos, os danos e os movimentos em cada fração de segundo. Impressiona mesmo os consumidores mais destemidos.

Estamos num autêntico estúdio de televisão com super-iluminação e dezenas de câmaras de vídeo prontas a registar cada milímetro do impacto, mas com duas diferenças importantes: aqui, as pessoas não falam e há carros em colisão permanente. Silêncio absoluto: o carro vai entrar no ar.
Tememos pela nossa vida e pela vida dos dummies, os manequins de ensaio. Cada dummy custa 250 mil euros. O custo do teste por modelo é 6 a 10 vezes superior ao preço do carro. Perguntamos se podemos deixar as câmaras ali perto a gravar, mas ninguém se responsabiliza pelo estrago. Adotamos um plano alternativo e ficamos o mais perto possível do crash test.

