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Salsichas do tipo frankfurt: muito sal e aditivos

Que não é dos alimentos mais saudáveis, já se desconfiava. Sal e aditivos entram sem cerimónia na sua composição. Mas nunca diga nunca: as salsichas enlatadas podem salvar, uma vez por outra, refeições apressadas.

Salsichas tipo Frankfurt

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Água e sal em demasia, aditivos e outras substâncias dispensáveis estão presentes nas salsichas enlatadas das 15 marcas analisadas pela DECO PROTESTE. Além de o valor nutricional não igualar o da carne, a proteína, em menor quantidade, nem sempre é de qualidade. E, com frequência, a gordura saturada faz-se notar. Perguntar-se-á: podem salvar uma refeição apressada? Poder, podem, mas há que ter noção de que as salsichas não substituem a carne.

Por solucionar está a criação de uma lei adequada para este e outros produtos à base de carne. Por agora, o princípio basilar da salsicha do tipo frankfurt é a congregação de carnes menos nobres e de alguns ingredientes desnecessários. Tal como os aditivos, recurso frequente para melhorar o sabor e outras características de alimentos processados. 

Quais os aditivos a evitar?

Os testes às embalagens não mostraram microrruturas que pusessem em risco o produto. O bom estado imperava nas embalagens, embora com anotações de deficiências no verniz, pequenos pontos de corrosão e defeitos menores na cravação, como enrugamentos no interior. 

Salsichas salgadas e aditivadas

Olhando para os valores da declaração nutricional dos rótulos, e aplicando o algoritmo do Nutri-Score, a palavra "salgadas" assenta na perfeição às salsichas. Embora importante para a ligação dos tecidos, para o sabor e para a textura, a ingestão excessiva de sal encontra-se relacionada com o aumento da pressão arterial, com o cancro de estômago e com doenças cerebrovasculares. Portanto, há que controlar o seu consumo. 

Mais de metade dos fabricantes indicam intensificadores de sabor (glutamatos), no rótulo. Ora, trata-se de aditivos inúteis e enganadores, que podem suscitar questões no plano da toxicidade, dado que estão associados à síndrome do restaurante chinês.

Água em excesso

A água desempenha funções tecnológicas na solubilização e na estrutura das proteínas, com consequências na textura do produto. Mas há limites. Ou, melhor, deveria haver. Do ponto de vista económico, os produtos com mais água adicionada saem mais baratos ao produtor. E ficam nutricionalmente mais pobres. É o caso de todas as amostras avaliadas, claramente com água (ou humidade) a mais. O amido ajuda a reter água, a encher o produto e a melhorar a coesão dos diferentes componentes, mas também permite diminuir os custos de produção, para benefício dos fabricantes. Na prática, o amido pode ser dispensado. É um hidrato de carbono recomendável para uma dieta equilibrada, mas não é necessário incorporá-lo na nossa dieta por esta via.

A qualidade da carne e dos seus sucedâneos também não reforça o valor nutricional, que deixou a desejar nalguns produtos. Uma conclusão retirada da análise da relação entre colagénio e proteína de origem animal. Feitas com carne de suíno e de aves, às salsichas do tipo frankfurt são adicionados também couratos, de baixo valor nutricional. E o colagénio, proteína fibrosa desinteressante e de difícil digestão, abunda nos couratos, e noutros tecidos menos nobres.

 

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