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Gelados de caramelo: delícia para “pecar” de vez em quando

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Com elevado teor de gordura e açúcares, os gelados de caramelo devem ser reservados para ocasiões especiais. Todos os produtos testados são deliciosos.

Duas taças de gelado de caramelo em cima de uma mesa de tampo azul, com colheres de madeira

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Com a chegada da primavera, os dias maiores e cada vez mais soalheiros, a temperatura a aumentar, não apetece mesmo um doce e refrescante gelado? Que tal de caramelo?

Doze gelados de caramelo de diferentes marcas foram submetidos à análise da DECO PROTESTE. Revelamos como se saíram nas análises laboratoriais e nas provas sensoriais. Uma coisa é certa: estes gelados convencem todos os paladares.

Gelados de caramelo cremosos e saborosos

Foi realizada uma prova de degustação, com avaliadores selecionados e familiarizados com o produto em teste. Todos os gelados foram apresentados anonimamente, em forma de bola, a cada provador (a chamada prova cega). Foi avaliada a aparência, o odor, a textura e o sabor.

Os resultados foram globalmente muito positivos. Apesar da variedade das marcas, nenhum dos produtos se destacou muito relativamente a outros, tendo as classificações sido todas muito próximas. A textura cremosa, os pedacinhos de caramelo que, por vezes, se faziam sentir e o sabor do caramelo foram muito apreciados.

Ainda assim, alguns provadores consideraram certos gelados demasiado doces. Uma oportunidade para os fabricantes melhorarem as características nutricionais dos seus produtos, sem penalizarem o sabor.

Gorduras e açúcares ao rubro nos gelados de caramelo

Foram analisadas as características nutricionais dos gelados de caramelo e constatou-se que são muito calóricos, sobretudo pelo teor em gordura e em açúcares. Em média, estes produtos contêm 13% de gordura, sendo a maior parte ácidos gordos saturados. Nenhuma das marcas escapou neste critério. Quanto aos açúcares, apenas dois produtos tiveram avaliação positiva, com o teor médio destes nutrientes a rondar os 25 por cento.

Os produtos testados fornecem, em média, 245 quilocalorias por 100 gramas (kcal/100 g). Se compararmos com um gelado de água, este pode fornecer 130 kcal/100 gramas. O leite-creme fornece cerca de 160 kcal/100 g e uma musse de chocolate tem um potencial calórico de 280 kcal/100 gramas. Comendo uma banana, ingere 95 kcal/100 gramas.

Portanto, as sobremesas açucaradas não são para comer por sistema, mas, desde que não tenha problemas de saúde impeditivos, não tem de se privar. Nenhum mal vem ao mundo se cair em tentação de vez em quando. O prazer de comer também traz felicidade.

Mais ar, menos gelado de caramelo

Foi medida a massa volúmica dos produtos, que dá uma indicação da quantidade de ar presente no gelado. Com esta medida, pode-se saber qual é a quantidade de produto (peso) que contém cada unidade de volume, o que corresponde ao grau de compactação do gelado.

O ar interfere na consistência do gelado. Se estiver presente em demasia, torna o produto mole e insípido. Se o produto tiver pouco ar, fica duro e com sabor acentuado.
Esta medida também tem consequências económicas para o consumidor. Quanto menor for o peso de produto por unidade de volume, mais ar o gelado contém. Por essa razão, a DECO PROTESTE defende que deve ser dada sempre a indicação do preço por quilo, em vez do preço por litro. Seria importante também estabelecer na legislação valores mínimos para este parâmetro em função do tipo de gelado, o que não acontece.

Quatro marcas obtiveram cinco estrelas neste parâmetro, o que significa que são gelados mais consistentes.

Boa nota para higiene e conservação dos gelados de caramelo

Sendo os gelados de caramelo produtos alimentares destinados a consumo imediato, sem qualquer tipo de processamento por parte do consumidor, é essencial que a higiene e a conservação sejam irrepreensíveis, para evitar doenças desagradáveis. Realizámos várias análises microbiológicas (contagem de E. coli, pesquisa de salmonela, etc.). Todos os gelados testados tiveram resultados muito bons neste aspeto.

Outro indicador da segurança alimentar é a ausência de micotoxinas, que são produzidas por fungos. A aflatoxina M1 é uma micotoxina que tem sido detetada em leite e derivados, mas nos gelados testados tal não aconteceu.

Os rótulos das embalagens foram mais um dos fatores analisados. No geral, a informação nos rótulos destes produtos é muito completa, embora haja margem para melhorar. Por exemplo, a data de fabrico não estava indicada em nenhum dos produtos. Além disso, dois produtos não apresentavam o número de doses por embalagem e a informação nutricional por dose. Apesar de não ser obrigatório estas informações constarem no rótulo, são interessantes para o consumidor.

 

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