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Frutas e legumes: como saber se são portugueses?

Quer maçãs, laranjas, couve-lombarda ou cenoura nacionais? Muitas vezes, terá de perguntar, dado a informação sobre a origem estar escondida, sobretudo no comércio tradicional.

22 abril 2020
bancada de várias frutas no mercado

iStock

A informação sobre o país de origem deve estar visível aos olhos do consumidor, assim obrigam as normas de comercialização de hortofrutícolas. Mas estará? Para respondermos à pergunta, em novembro de 2019, visitámos 20 supermercados, 24 bancas de mercados municipais e seis minimercados ou frutarias, em quatro distritos: Coimbra, Faro, Lisboa e Porto. Orientámos a nossa pesquisa para a laranja, a maçã, a cenoura e a couve-lombarda, vendidos a granel e embalados.

Apesar de obrigatória, a informação sobre o país de origem só está à vista e facilmente legível nos supermercados. Em cerca de metade das bancas dos mercados, tivemos de perguntar ao vendedor a proveniência da fruta e dos legumes. Observámos a informação afixada juntamente com a origem e o preço: produtor, calibre e categoria.

Nos supermercados, o cuidado é maior. A origem constava de todos os produtos pesquisados. A maior falha verificou-se no comércio tradicional e, em especial, na informação disponibilizada nas bancas dos mercados municipais. Cerca de metade não a apresentava de forma visível, escrita junto do preço ou numa etiqueta. Em 49% dos casos, perguntar ao vendedor é a única forma de obter a informação. 

A couve-lombarda foi o único legume da nossa pesquisa com origem exclusivamente portuguesa, logo seguida da maçã (90%) e da cenoura (81 por cento). Já a laranja registou a menor representatividade nacional (61 por cento). A maioria da cenoura era nacional, mas também havia holandesa e espanhola.

 
Em metade dos mercados municipais é preciso perguntar sobre a origem das frutas e dos legumes.
O Mercadona foi a exceção, a vender apenas cenoura espanhola. Relativamente ao preço, nos estabelecimentos visitados que disponibilizavam, na mesma altura, cenoura nacional e de outras origens, a nacional era mais barata, vendida a 77 cêntimos por quilo (preço médio). A importada custava, em média, um euro por quilo. 

Na altura da investigação, não encontrámos laranja nacional em quatro superfícies (Aldi, Continente, Lidl e Mercadona), bem como nalgumas lojas do Pingo Doce. Em regra, a nacional é mais em conta.

Apurámos que a proveniência portuguesa está em maioria no comércio tradicional e mais representada do que nos supermercados. No comércio tradicional, frutas e legumes com origem portuguesa representaram a quase totalidade da oferta, enquanto nos supermercados, 79 por cento. A geografia das origens inclui países de vários continentes: África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Espanha, França, Holanda, Itália e Nova Zelândia.

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