Abacaxi exótico mas pouco ético
Enquanto as vendas crescem, aumenta a pressão dos intermediários para baixar o preço, com consequências nefastas para os países produtores da América Latina. São as principais conclusões da nossa investigação, em parceria com a Consumers International.
Trabalhadores pagam o preço mais elevado
Quanto mais o preço desce na Europa, maior é a fatura a pagar pelos trabalhadores nas plantações:
- trabalho é pesado, repetitivo e exigente fisicamente, muitas vezes sem pausas;
- trabalhadores só ganham o salário mínimo e a maioria vive abaixo da linha da pobreza;
- mulheres e idosos são muitas vezes discriminados e os trabalhadores receiam aderir a sindicatos devido a represálias do patrão.
O cultivo do abacaxi tem efeitos nefastos para o ambiente e as comunidades locais. Por se tratar de uma monocultura, o cultivo deste fruto provoca a falta de rotação com outras culturas e o empobrecimento do solo. São usados químicos agrícolas com frequência, o que polui o solo e as águas subterrâneas e representa um risco para a saúde pública. Estes produtos têm efeitos tóxicos ou cancerígenos.
A pressão dos consumidores pode fazer a diferença na mudança de atitude das grandes superfícies. Quando for às compras, peça informação sobre as políticas de responsabilidade social aplicada aos fornecedores. A transparência da informação divulgada permite optar pela marca mais ética.