Flores comestíveis: como escolher e preparar
Com a chegada da primavera, porque não surpreender amigos e familiares, incorporando pétalas de flores frescas em saladas, pratos e sobremesas? Eis uma seleção de oito espécies que pode consumir com segurança e que darão um toque de requinte, cor e sabor às suas receitas.
- Especialista
- Dulce Ricardo e Susana Costa Nunes
- Editor
- Cécile Rodrigues e Filipa Rendo

Usar flores na cozinha está na moda e recomenda-se. Alguns estudos revelam que são pouco calóricas e incluem vitaminas e minerais, pelo que podem ser nutricionalmente interessantes.
Embora seja um negócio a florescer, nomeadamente na restauração, não se trata propriamente de uma novidade. É uma prática milenar, tanto na cultura oriental, como na hindu ou na romana. Caso pretenda inovar na cozinha, por mais antiga que seja esta prática, o consumo de flores requer alguns cuidados.
Dicas para um uso seguro de flores no prato
Há que saber escolher as espécies, usar apenas as partes comestíveis e moderar o consumo, para evitar riscos. Uma famosa frase atribuída a Paracelso, médico do século XVI considerado o pai da toxicologia, diz que "a dose faz o veneno". Se for alérgico ao pólen, é mais prudente informar-se com o seu médico.
Nunca apanhe flores na natureza, se pretende incorporá‑las numa receita. Tal como acontece com os cogumelos, esta tarefa é reservada a especialistas. Evita, assim, confundir espécies e o consequente risco de toxicidade. Além disso, não terá de se preocupar com a ingestão de eventuais produtos químicos e outros contaminantes ambientais.
As flores para fins culinários devem ser adquiridas apenas em locais onde o modo de produção é controlado, diretamente junto de agricultores ou de lojas especializadas, por exemplo. É uma iguaria que não se encontra facilmente no comércio tradicional e é bastante cara.
Na zona dos legumes dos supermercados, pontualmente, encontrará flores frescas para consumo. Algumas mercearias gourmet vendem, além de flores frescas, pétalas desidratadas ou cristalizadas. Estas versões permitem usufruir das plantas fora da época de floração de cada espécie.
E já pensou em cultivar as suas flores favoritas? Sai mais barato do que comprar flores frescas na loja: uma saqueta de sementes custa cerca de 1,50 euros. Assim, poderá colhê‑las na hora de as consumir. E terá a certeza de que não terão produtos químicos. O guia prático "100 plantas com flor" explica como proceder, mesmo que não tenha prática de jardinagem.
Conheça o Guia 100 plantas com flor
Mais conselhos para cultivar em vasos ervas aromáticas, pequenos frutos e legumes? Saiba como criar uma mini-horta em casa, mesmo que não disponha de um jardim ou cantinho de terra.
Lavar e preparar com delicadeza
- Na hora de preparar as flores, comece por remover cuidadosamente eventuais insetos e restos de terra agarrados à planta.
- Por serem frágeis, não as lave sob a torneira. Mergulhe‑as delicadamente numa tigela com água fria e algumas gotas de vinagre branco e deixe‑as secar sobre papel absorvente.
- Pode então usá-las frescas em saladas, bebidas e sobremesas, ou cozinhadas. Neste caso, só devem entrar no fim da confeção.
- Lembre-se de que nem tudo nas plantas é comestível. Enquanto se pode consumir toda a flor no caso dos amores-perfeitos e das tagetes, ou até mesmo toda a planta, incluindo as folhas, na borragem e na capuchinha, nas rosas e nas calêndulas, só se aproveitam as pétalas.
Deixe-se surpreender pela explosão de cores e sabores de oito espécies que poderá usar em saladas, molhos, bebidas, pratos salgados ou sobremesas. Também poderá usá-las, simplesmente, para enfeitar uma travessa. Porque os olhos também comem!
Seleção de 8 flores comestíveis
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Para continuar a ler, basta entrar no site ou criar uma conta (disponível para subscritores e não-subscritores).Descubra uma seleção de espécies muito usadas para fins gastronómicos, com as possíveis utilizações. Saiba também quais as partes comestíveis e algumas propriedades interessantes, segundo o estudo “Uma perspetiva nutricional sobre flores comestíveis”, publicado em 2016 na revista da Associação Portuguesa de Nutricionistas. Os investigadores revelam que são pouco calóricas, fornecem fibras, vitaminas (A e C, por exemplo) e minerais, como cálcio, fósforo e potássio, cujos teores variam consoante as espécies.